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“Indústria mais sexy da Europa” censurada no Instagram. Há 9 anos, as mesmas fotos não foram banidas

DR APICCAPS

Imagens da campanha de 2011 “The Sexiest Industry in Europe” da Associação Portuguesa dos Industriais de Calçado (APICCAPS).

A rede social Instagram censurou imagens de uma campanha de publicidade lançada pela Associação Portuguesa de Calçado há 9 anos, em torno do lema “a indústria mais sexy da Europa”. 

Paulo Gonçalves, director de comunicação da Associação Portuguesa dos Industriais de Calçado, Componentes, Artigos de Pele e seus Sucedâneos (APICCAPS), publicou no seu perfil do Instagram quatro imagens da campanha lançada em 2011, e que promoveu o calçado nacional como “a indústria mais sexy da Europa”. Em apenas cinco minutos, viu a sua conta bloqueada, como relata ao Eco.

O elemento da APICCAPS destaca que só pretendia aferir como é que as redes sociais reagiriam à campanha que inclui fotografias com nudez, mostrando mamilos masculinos e femininos.

“Postei as fotografias referentes à campanha de 2011 “The Sexiest Industry in Europe” e fiz a seguinte pergunta: há nove anos criamos muito ruído e acabámos por surpreender internacionalmente ao desenvolvermos uma campanha arrojada como esta. Como seria hoje?”, frisa no Eco.

“A sociedade reagiu 5 minutos depois. Vi a minha conta bloqueada pelo Instagram“, acrescenta Paulo Gonçalves.

“Em 2011, as mesmas fotos foram publicadas nas redes sociais e não foram banidas“, aponta o director de comunicação da APICCAPS, lamentando que “hoje a sociedade é muito mais conservadora do que há dez ou 15 anos”.

“Quando lançámos esta campanha, há nove anos, tínhamos uma liberdade de expressão e de pensamento criativo que hoje não temos”, vinca ainda.

Este cenário é “assustador”, segundo Paulo Gonlçalves que diz que se trata de “amputar” o “talento”, a “criatividade” e a “capacidade de surpreender”, características que diz serem essenciais no mundo da moda.

A campanha foi “altamente elogiada internacionalmente” em 2011, “exactamente, porque era fora da caixa e surpreendente“, considera ainda.

Paulo Gonçalves nota, contudo, que “hoje muito dificilmente faria uma campanha desta natureza” para não arriscar censuras, o que não seria nada positivo para uma “indústria que representa dois mil milhões de euros de exportação”.

ZAP //

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