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Protestos contra o Governo já fizeram pelo menos 18 mortos no Iraque

Murtaja Lateef / EPA

Os protestos anti-governamentais no Iraque já fizeram pelo menos 18 mortos e centenas de feridos nos últimos três dias. Em Bagdade, os principais líderes iraquianos anunciaram o recolher obrigatório.

Desde terça-feira que milhares de iraquianos se manifestam contra a corrupção e a falta de empregos e serviços públicos. Os protestos têm sido reprimidos pelas forças de segurança iraquianas, com um balanço de 18 mortos e centenas de feridos em três dias, segundo a agência France-Presse.

Segundo a agência Reuters, citada pela TSF, onze pessoas foram mortas durante a última noite — sete manifestantes e um agente da polícia na cidade de Nassíria e quatro pessoas em Amara.

A rádio escreve também que, ao início desta quinta-feira, depois de uma reunião entre os principais líderes, foi anunciado o recolher obrigatório em Bagdade. Horas depois deste anúncio, as forças de segurança usaram gás lacrimogéneo contra os manifestantes reunidos numa praça central da capital.

De acordo com um responsável iraquiano, que não quis ser identificado, os protestos anti-governamentais na capital e em várias províncias do sul já fizeram encerrar uma passagem fronteiriça entre o Iraque e o Irão.

Segundo a agência norte-americana Associated Press, o responsável disse que a passagem de Khesro, na província oriental de Diyala, ficará fechada por tempo indeterminado.

A passagem fronteiriça de al-Shib entre os dois países também esteve fechada por algumas horas durante a noite de quarta-feira, adiantou a mesma fonte. Existem nove passagens entre o Iraque e o Irão.

A televisão estatal iraniana atribuiu o encerramento do posto na fronteira à “situação” no país vizinho.

Devastado por conflitos armados nas últimas décadas, o Iraque saiu da sua guerra contra o grupo extremista Estado Islâmico no final de 2017 com uma economia débil e um desemprego de 25% entre os jovens, o dobro da média nacional.

Os órgãos oficiais calculam que desde a queda do regime de Saddam Hussein, em 2003, a corrupção engoliu pelo menos 410 mil milhões de euros, ou seja, quatro vezes o Orçamento de Estado e mais do dobro do produto interno bruto (PIB) do Iraque.

ZAP // Lusa

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