O filho de Rosa Grilo, acusada do homicídio qualificado do marido, foi ouvido esta manhã no tribunal de Loures, à porta fechada, não tendo confirmado a versão da mãe.
Segundo o Público, Renato Grilo, de 13 anos, disse hoje em tribunal que, embora tenha ouvido alguns barulhos, nunca viu os angolanos que a mãe diz terem sido os autores do homicídio do pai Luís Grilo.
O depoimento foi feito à porta fechada, uma vez que se tratava de um menor, e, na abertura da sessão da tarde, a juíza presidente do coletivo, Ana Clara Baptista, resumiu as declarações feitas pelo jovem.
Na primeira audiência, a arguida, acusada do homicídio do marido em coautoria com o amante António Joaquim, disse que o filho ficou em casa durante quatro horas, com um dos angolanos, enquanto participava (a mando do grupo) o desaparecimento do triatleta na GNR.
Ainda segundo a juíza, o jovem de 13 anos disse também que chegou a dar uma volta pela casa enquanto estava sozinho e que não viu ninguém, nem viu nada de anormal em cima da mesa da sala. Isto porque, segundo o diário, Rosa disse que, quando voltou para casa, o angolano já teria saído e deixado a pistola que tirara de casa do amante em cima da respetiva mesa.
De acordo com o diário, o rapaz também que os pais já dormiam separados há cerca de um ano (quando a progenitora tinha afirmado que ainda dormia com o marido).
Durante a tarde foram ouvidos a irmã de Luís Grilo e o pai de Rosa Grilo. Júlia Grilo, que ficou com a tutela do sobrinho, referiu que este está revoltado com o que aconteceu e que está a ser acompanhado por especialistas.
A cunhada também afirmou que Rosa trabalhava regularmente na firma de informática do marido, mas que também estaria a receber subsídio de desemprego.
Depois, o pai da arguida, Américo Pina, disse pela primeira vez que, uma semana depois do desaparecimento do genro, terá sido agredido na cara por dois indivíduos que não conseguiu ver e que também estariam relacionados com Angola.
O Público escreve ainda que Ricardo Serrano Vieira, advogado de António Joaquim, pediu para juntar aos autos um requerimento em que informa o tribunal de que o seu constituinte apresentou queixa-crime contra alguns dos inspetores da PJ por alegada “falsificação de documentos”.
Os dois arguidos são acusados de homicídio qualificado, profanação de cadáver e detenção de arma proibida. A acusação do Ministério Público (MP) sustenta que o triatleta foi morto para que ambos pudessem assumir a relação amorosa e beneficiarem dos seus bens: 500 mil euros em indemnizações de vários seguros, outros montantes em depósitos bancárias e a habitação.