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Os ouriços-do-mar têm uma boca cheia de dentes (e são afiados)

Um novo estudo mostra que os dentes do ouriço-do-mar se afiam através da abrasão, tal como uma lâmina pode ser afiada com um afiador de facas.

Desengane-se quem pensa que o tubarão é a criatura com os dentes mais assustadores a viver nas profundezas do oceano. Pode parecer estranho à primeira vista, mas estamos a falar do humilde ouriço-do-mar.

É certo que não temos muito a temer enquanto seres humanos. Embora as picadas dos seus espinhos sejam desagradáveis (e às vezes venenosas), a verdade é que estes animais não usam os dentes afiados para nos morder — as principais presas são as algas e os pepinos-do-mar.

De acordo com o Science Alert, uma nova investigação realizada pelo engenheiro mecânico e estrutural Horacio Espinosa, da Universidade Northwestern, nos Estados Unidos, usou técnicas de microscopia eletrónica para investigar como os dentes do ouriço-do-mar, localizados na parte inferior do seu corpo, se desgastam durante os processos de abrasão.

Os resultados agora obtidos confirmam uma hipótese já colocada anteriormente: os dentes afiam-se através da abrasão — tal como uma lâmina pode ser afiada com um afiador de facas, à medida que o material é removido da aresta de corte.

“O material na camada externa do dente exibe um comportamento complexo de plasticidade e dano que regula a lascagem ‘controlada’ do dente para manter a sua agudeza”, explica o engenheiro, cujo estudo foi publicado na revista científica Matter.

Quando o esmalte dos nossos dentes começa a desaparecer, desaparece definitivamente. No caso deste animal, os cinco dentes que tem são um bocadinho mais sortudos. Quando a camada fibrosa externa (chamada de “pedra”) lasca, é substituída por novos materiais que crescem de forma contínua. Com o tempo, esta nova camada volta a ficar quebradiça e é então que o ciclo se repete.

De acordo com os investigadores, este é um mecanismo biológico que pode levar a ciência a conseguir um dia fabricar materiais capazes de imitar este processo e talvez até levar ao desenvolvimento de “novos dentes artificiais para humanos com melhores propriedades”.

ZAP //

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