O partido de extrema-direita Vox levou ao Congresso espanhol uma proposta que visa a construção de um muro de “espessura, resistência e altura que a torne impenetrável e intransitável” na fronteira de Ceuta e Melilla com Marrocos.
Segundo o diário espanhol El País, esta força política apenas recuou na exigência de que fosse Rabat a pagar a construção, pormenor que o seu líder, Santiago Abascal, chegou a sugerir – à semelhança do que Donald Trump quer fazer com o México. Em vez disso propõem que seja Espanha a financiar, mas com recurso a fundos da União Europeia.
Javier Ortega Smith, o secretário-geral do Vox, e Iván Espinosa de los Monteros, o seu porta-voz no parlamento, argumentaram que as atuais barreiras já demonstraram ser ineficientes e os seus arames farpados só servem como desculpa para as ONGs denunciarem falta de humanidade e desrespeito para com os direitos humanos.
Ortega afirma que a maioria dos imigrantes ilegais não saltam essa barreira mas fazem, sim, buracos nos gradeamentos para poderem passar. Daí a sugestão de um muro de cimento que seria intransponível.
A medida sugerida pelo Vox inclui váris medidas anti-imigração ilegal como a rápida deportação de imigrantes não autorizados, o reforço de efetivos humanos e materiais, além de uma maior proteção legal das Forças de Segurança do Estado.
O grupo de Abascal também clama pela participação do Exército no controlo da fronteira com Marrocos, mediante a colaboração dos seus serviços de informação, vigilância eletrónica e o apoio logístico e sanitário.
Em 2005, já houve patrulhas feitas pelo exército na mesma área limítrofe de Ceuta e Melilla. Essa mesma utilização, na altura, foi considerada ineficaz porque essas unidades militares não tinham autoridade suficiente para fazer mais do que avisar a Guardia Civil, caso identificassem alguma violação.