Cientistas descobriram que os esquilos ouvem atentamente o chilrear dos pássaros para saberem quando é seguro procurar por alimento.
A natureza é composta por uma rede de comunicação com nuances que desconhecíamos e que cada vez mais vão sendo reveladas. Os esquilos, por exemplo, não só comunicam com a sua espécie, como também estão atentos ao chilrear das aves para saberem quando é seguro para saírem dos seus abrigos à procura de comida.
Enquanto o guincho de um falcão é o suficiente para deixar um esquilo nervoso, o calmo chilrear de pássaros que possa seguir o som do predador é sinal de que é seguro continuar com a sua vida. O estudo de investigadores da Universidade de Oberlin foi publicado, esta quarta-feira, na revista PLOS One.
Os resultados da investigação apenas vêm comprovar a ideia de que os animais estão atentos a todos os sinais possíveis para averiguar possíveis ameaças. “Vários animais ouvem as chamadas de alarma de outras espécies. Isso foi encontrado numa variedade de esquilos, em macacos e até mesmo em lagartos”, disse o ecologista comportamental responsável pelo estudo, Keith Tarvin.
Enquanto alguns animais ficam atentos a sinais de eventual perigo noutros animais, o estudo dos cientistas norte-americanos procurou perceber se também estariam atentos a sinais de segurança.
Segundo a NPR, os investigadores conduziram uma experiência prática, na qual emitiam o chamamento de um falcão ou o calmo chilrear de pássaros e observavam a atividade dos esquilos. Depois, observaram a reação do esquilo através da quantidade de tempo que passava paralisado, à procura de alimento, a fugir, a descansar, em pé ou a olhar para o céu.
Os cientistas concluíram que o piar relaxado de pássaros fazia com que os esquilos estivessem igualmente mais calmos e menos alarmados. “Quando os esquilos ouvem o chilrear vindo de outras aves, isto transmite uma mensagem ou uma sugestão de que aparentemente as aves se sentem seguras”, disse Tarvin. “E os esquilos aparentemente interpretam isso como sendo um ambiente relativamente seguro”.