Funcionários da embaixada chinesa apanhados a “espiar” encontro em Fátima

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Paulo Cunha / Lusa

Funcionários da embaixada chinesa em Lisboa terão tentado condicionar a presença de três participantes críticos do regime no encontro de líderes religiosos e políticos em Fátima, nomeadamente o bispo emérito de Hong Kong.

A revista Sábado avança esta quinta-feira que funcionários da embaixada da China em Portugal tentaram boicotar o encontro de líderes religiosos e políticos em Fátima, que aconteceu no final de agosto, devido à presença do bispo emérito de Hong Kong e de dois deputados deste Governo.

Ao longo de vários dias, escreve a revista, os indivíduos fotografaram os participantes, tentaram entrar à força no encontro, saber o que debatiam e até seguiram alguns dos convidados nas orações feitas na Basílica da Nossa Senhora do Rosário.

O bispo emérito de Hong Kong, Joseph Zen Ze-kiun, é um forte opositor do regime comunista chinês e apoia os protestos pró-democracia que acontecem há três meses na antiga colónia britânica.

“Infelizmente, houve tentativas de perturbar o encontro, uma das quais testemunhei pessoalmente, por pessoas que queriam bloquear a participação do cardeal. As autoridades portuguesas impediram estas tentativas“, afirmou George Glass, embaixador dos EUA em Lisboa, citado pelo Observador.

Os cidadãos chineses estavam identificados como funcionários da representação diplomática da China, mas não está descartada a hipótese de se tratarem de agentes dos serviços de informação chineses, relata o jornal online.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros confirmou à Sábado saber da presença dos funcionários chineses em Fátima e confirmou estar a investigar o assunto. O Presidente da República também foi informado.

O encontro, promovido pela International Catholic Legislators Network (ICLN), reuniu cerca de 200 líderes políticos e religiosos, entre os quais o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, e o chefe de gabinete de Donald Trump, Mik Mulvaney.

Os participantes estiveram em Fátima sob grande sigilo e contaram com um aparatoso dispositivo da GNR, que realizou operações de vigilância em todo o país, custeadas pelo Estado português.

ZAP //

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