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Psicólogos revelam o que pensam as outras pessoas das suas selfies

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alex-pl / Flickr

Uma experiência com centenas de utilizadores do Instagram descobriu que aqueles que publicam muitas selfies são vistos como menos amigáveis, bem-sucedidos, extrovertidos e também mais inseguros.

“Mesmo quando dois feeds têm conteúdo semelhante, como conquistas ou viagens, os sentimentos sobre a pessoa que publicou essas selfies eram negativos e os sentimentos sobre uma pessoa que publicou poses eram positivos”, afirma o psicólogo Chris Barry, da Washington State University, citado pelo Science Alert.

Estes são resultados inovadores, uma vez que a maioria das investigações sobre este tema tem-se focado nas personalidades por trás das publicações no Instagram, e não nas pessoas que julgam essas fotografias. Muitos desses estudos tentaram encontrar uma ligação entre o narcisismo e a selfie, mas quando Barry e os colegas analisaram esse fenómeno, não conseguiram encontrar nada.

A equipa recrutou dois grupos de estudantes de duas universidades diferentes. O primeiro grupo, com 30 alunos, preencheu um questionário de personalidade e permitiu que os investigadores pudessem ter acesso às suas 30 publicações mais recentes no Instagram.

Os seus perfis foram então enviados ao segundo grupo de 119 alunos da outra universidade, para que pudessem avaliar as fotografias usando 13 atributos, como egocentrismo, baixa autoestima, extroversão e sucesso.

Os psicólogos analisaram então os resultados para ver se havia algum elemento de uma publicação no Instagram que pudesse levar outros utilizadores a fazer julgamentos precipitados. No geral, aqueles que postaram mais poses deram a impressão de uma maior auto-estima, uma natureza extrovertida, sucesso e simpatia.

As selfies, por outro lado, foram julgadas de forma mais dura. Os investigadores não sabem exatamente porque é que isso acontece, mas sugerem que as poses são mais naturais, logo o público vê a pessoa de maneira semelhante a como seria vista na vida real. Noutras palavras, a sua personalidade parece menos planeada e mais sincera.

Os cientistas também sugerem que, como as selfies são postadas menos frequentemente, quando aparecem destacam-se no feed e podem indicar algo estranho ou incomum sobre a pessoa que as publicou. A última explicação, por fim, é que as selfies fazem parecer as pessoas egocêntricas, mesmo que não tenham sido partilhadas por motivos narcisísticos.

Estranhamente, os psicólogos descobriram que as selfies estavam associadas a um menor narcisismo grandioso e que partilhar uma fotografia tirada por outra pessoa está mais conectada ao narcisismo auto-relatado. E o mesmo padrão foi encontrado no chamado “Fear Of Missing Out” (FOMO) — “medo de perder” — a ansiedade social de que os outros possam ter experiências gratificantes das quais estamos ausentes.

Barry considera que os resultados do estudo, publicados na revista Journal of Research in Personality, são apenas uma pequena peça do puzze mas sugerem que as redes sociais pode dizer-nos mais sobre perceção do que intenção.

“Embora possa haver uma variedade de motivos por trás das pessoas publicarem imagens suas no Instagram, o modo como essas fotos são percebidas parece seguir um padrão mais consistente”, conclui.

ZAP //

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