O sonho de Bernardo Silva em jogar pelo Benfica durou anos. No entanto, o jogador foi perdendo o encanto conforme o então treinador Jorge Jesus o ia pondo a jogar a defesa esquerdo.
Numa longa entrevista concedida à BBC, Bernardo Silva falou sobre a sua carreira, recordando a passagem pelo Benfica, clube no qual sempre sonhou jogar pela primeira equipa. Agora no Manchester City, o internacional português assume-se como um dos melhores jogadores da equipa e da atualidade.
“Quando fiz sete anos, o meu avô e a minha mãe pagaram para que entrasse na academia do Benfica durante dois meses como presente de aniversário. Depois desses dois meses, não tive de pagar mais, porque fui escolhido para o nível seguinte“, disse.
Depois de ter feito toda a formação ao serviço das “águias”, Bernardo Silva chegou finalmente à equipa B na época 2013/14. Com preferência em alinhar a extremo direito, o jogador acabou por nunca ocupar essa posição na equipa do então treinador benfiquista Jorge Jesus.
“Fiz três jogos pela equipa principal e depois tive de sair para o Mónaco porque o Benfica queria que regressasse à equipa B. Foi difícil, mas tive de o fazer. O meu sonho dos sete aos 19 anos foi sempre jogar pela equipa principal do Benfica. Quando cheguei à equipa principal, comecei a reparar que não contavam comigo e até me meteram a defesa-esquerdo”, explicou o jogador.
Aliás, pela equipa principal dos “encarnados”, Bernardo Silva apenas entrou numa derrota por 2-1 contra o FC Porto, a 18 minutos do fim da partida. Fez ainda um jogo para a Taça de Portugal contra o Cinfães — entrou aos 80 minutos — e um encontro para a Taça da Liga contra o Gil Vicente, onde também só entrou aos 77 minutos.
“Nessa pré-época, o treinador pôs-me a lateral. Falei com o meu agente, o Jorge Mendes, e ele disse que ia encontrar novas oportunidades. Quando percebi que tinha de treinar a lateral esquerdo, falei com o treinador e ele não contava comigo, disse que ia ser difícil para mim. Uma semana antes de sair para o Mónaco mandaram-me novamente para a equipa B. Tive de sair. Foi uma boa escolha, o Mónaco foi uma oportunidade fantástica e passei lá três épocas espetaculares”.