“Demónio de Taganga” libertado em Portugal por atraso no envio de prova

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Um cidadão israelita suspeito de liderar uma rede de prostituição em Taganga, Colômbia, e de estar a tentar replicar o esquema na Península Ibérica foi libertado pelo Tribunal da Relação de Lisboa e está a residir em Portugal.

Em maio, Assi Moosh tinha sido detido em Oeiras pela Polícia Judiciária e pela Guardia Civil espanhola no âmbito de um mandado de detenção internacional. É acusado pelas autoridades colombianas de homicídio agravado, conluio, enriquecimento ilícito, turismo sexual e proxenetismo.

De acordo com o Jornal de Notícias, saiu da cadeia de Monsanto a 28 de junho, porque se esgotou o prazo máximo de detenção sem que a Colômbia pedisse formalmente a sua extradição. Segundo explicaram as autoridades judiciais colombianas à imprensa local, o facto de não haver acordo de extradição entre os dois países dificultou o processo.

Além disso, houve problemas com a tradução e não foi possível reunir, em tempo útil, as provas necessárias para requerer a extradição do suspeito.

Moosh era o cabecilha de uma rede de prostituição que dirigiu entre 2009 e 2017, data em que foi expulso da Colômbia. Era conhecido como “Demónio de Taganga” (nome de uma cidade turística na costa caribenha da Colômbia) ou “O Intocável”, devido à cumplicidade de que beneficiava por parte das autoridades locais.

A Polícia Nacional da Colômbia suspeita que o homem estivesse a montar em Portugal e Espanha uma organização criminosa similar à que tinha sido desmantelada na América do Sul. A sua organização no país foi alvo de uma operação em dezembro de 2018, que resultou na detenção de cinco pessoas e na apreensão de 12 imóveis, avaliados em 16 milhões de euros.

Assi Moosh, de 45 anos, sobre o qual pendia um mandado europeu de detenção, foi detido com uma parceira e na posse de documentação israelita falsa. Segundo a Guardia Civil, geria uma rede de tráfico de pessoas para exploração sexual, incluindo menores, camuflada de negócio turístico. Ainda colaboraria com organizações de tráfico de drogas.

De acordo com a televisão colombiana Caracol, Moosh vendia pacotes turísticos que incluíam drogas e serviços sexuais. “Eram oferecidos a cidadãos israelitas, especialmente ex-militares’’, avançou o coronel Edwin Villota. A mesma fonte adianta que deverá ser extraditado para a Colômbia, onde enfrentava acusações que podiam resultar numa pena até 60 anos de prisão.

ZAP //

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