Uma porta-voz do governo alemão assegurou esta sexta-feira que Angela Merkel está bem de saúde e capaz de cumprir todas as suas obrigações, depois de a chanceler ter sofrido na quinta-feira uma segunda crise de tremores em público.
“As imagens que podem ver de Osaka [na Cimeira do G20, no Japão] mostram que a chanceler está perfeitamente ativa e de boa saúde. Está a fazer o seu trabalho e a participar em todas as reuniões previstas”, disse a porta-voz, Martina Fietz, à imprensa em Berlim.
Angela Merkel viajou na quinta-feira à tarde para o Japão, onde já se reuniu com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e com homólogos da União Europeia (UE), e falou em público.
Horas antes de partir para Osaka, Merkel participou numa cerimónia oficial em Berlim com o presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, durante a qual sofreu uma crise de tremores aparentemente incontroláveis. O episódio durou cerca de dois minutos e mostra Angela Merkel a cruzar os braços várias vezes para tentar controlar os tremores. O tremor parou, no entanto, quando a chanceler pôde dar alguns passos.
Dez dias antes, numa cerimónia com o novo presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, Merkel tinha sofrido uma crise semelhante, que na altura justificou com desidratação num dia de intenso calor. “Estou bem, bebi pelo menos três copos de água, que parece que me estavam a fazer falta, e agora sinto-me de novo bem”, disse mais tarde a chanceler.
A Alemanha atravessa uma onda de calor, com temperaturas na ordem dos 39ºC registadas em alguns pontos do país.
Os diários Stuttgarter Zeitung e Stuttgarter Nachrichten citam esta sexta-feira fontes próximas do governo segundo as quais Angela Merkel atribuiu a crise de quinta-feira a uma reação psicológica ao episódio de espasmos que sofreu dias antes. “Não há razão para preocupação. Lembrar-se do episódio da semana passada levou à situação de hoje [quinta-feira], é um processo psicológico”, disseram as fontes.
A chanceler alemã já tinha ficado doente em 2014, quando sofreu uma baixa de tensão durante uma entrevista que obrigou a suspender o trabalho durante alguns minutos. Na altura, o episódio também foi explicado com uma desidratação.
À frente de uma coligação frágil, Merkel, de 64 anos, que está no poder na Alemanha desde 2005, prevê retirar-se da política no final do seu mandato, o mais tardar em 2021.
ZAP // Lusa