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CP sem recursos para evitar uma nova crise no verão

Miguel A. Lopes / Lusa

Alguns comboios a operar atualmente em Portugal vão ultrapassar os 650 mil quilómetros em breve, a distância limite para uma revisão que deve começar no verão, precisamente quando a procura por este meio de transporte é superior.

Nos últimos meses, têm-se multiplicado as avarias nos comboios, devido à antiguidade destes meios de transporte que já não eram novos quando vieram para Portugal. Segundo o Público, alguns destes comboios chegaram em 2011 apenas para um período curto de tempo, de forma a suprir necessidades pontuais enquanto se esperava pela eletrificação da rede ferroviária.

No entanto, os atrasos no Ferrovia 2020 foram sucessivos e as linhas ainda não foram eletrificadas. A CP – Comboios de Portugal foi então obrigada a ter de alugar mais quatro automotoras espanholas, duas das quais ainda não chegaram. Aliás, uma delas só deverá chegar a Portugal em setembro.

O problema é que as unidades que chegaram a Portugal em 2011 estão a atingir o limite de 650 mil quilómetros, o que as obriga a fazer uma revisão geral. De acordo com o jornal, as primeiras terão de recolher às oficinas dentro de quatro meses – em pleno verão  arriscando-se a CP a ter de suprimir comboios, como aconteceu no ano passado.

Ainda que faltem vir duas automotoras de Espanha, uma delas ainda vai tardar, e o que sobra da frota portuguesa de automotoras diesel está em pior estado do que no ano passado.

No que diz respeito ao pessoal, a CP tem vindo a agravar os seus custos com mão-de-obra, uma vez que revisores e maquinistas têm de fazer trabalho suplementar para assegurar as escalas de serviço. Além disso, nas estações não há pessoal suficiente para as bilheteiras.

A administração da CP está a aguardar a autorização governamental para contratar 88 trabalhadores, já que sem novos funcionários “será inevitável a redução da oferta e o não cumprimento dos níveis de serviço”, adianta o relatório e contas de 2018, citado pelo Jornal de Negócios.

Pedro Nuno Santos, ministro das Infraestruturas, pretende dar atenção à linha de comboios. Ao jornal, o governante reconheceu que “a CP-EMEF tem insuficiências ao nível do material circulante que não podem ser resolúveis no curto prazo”.

Contudo, o gabinete do ministro afirma que “foram tomadas nos últimos meses algumas medidas ao nível dos planos de manutenção que dão garantias de que no verão de 2019 a capacidade de resposta pode ser melhor do que no verão de 2018”.

ZAP //

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