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São Tomé: Existência de vítimas portuguesas ainda por confirmar

marinha.pt

O navio patrulha NRP Zaire, da marinha Portuguesa, auxiliou no resgate aos sobreviventes do naufrágio do Amfitriti

O secretário de Estado das Comunidades afirmou hoje de manhã que ainda não foi possível confirmar a existência de cidadãos portugueses a bordo do navio que naufragou perto da ilha do Príncipe, apesar de estar a acompanhar a situação.

Em declarações à agência Lusa, José Luís Carneiro explicou que na lista de passageiros “há dois nomes que, aparentemente, levam a concluir que se tratará de cidadãos portugueses”.

“Todavia, não é possível confirmá-lo porque não temos registo desses nomes nos nossos serviços consulares. Contudo, é sempre de admitir que pudessem estar em viagens de turismo. Mas ainda não foi possível determinar a nacionalidade desses dois passageiros que têm nomes portugueses”, disse.

De acordo com o secretário de Estado das Comunidades, em circunstâncias como estas há três formas de atuar para se chegar a uma identificação: confirmação através do registo consular, através de informações das autoridades locais e pelos contactos de familiares.

“Ora, neste caso, estas três fontes de informação não se verificam, ou seja, por um lado não temos registo destes cidadãos na secção consular da embaixada e as autoridades ainda não conseguiram confirmar a identidade dos desaparecidos e, por outro lado, também não temos contactos familiares a solicitarem informações sobre estes dois nomes”, destacou.

O secretário de Estado lembrou que ainda há pessoas desaparecidas e ainda estão a decorrer as operações de busca e salvamento, que têm contado com o apoio de militares portugueses e da marinha portuguesa em articulação com o chefe de Estado-Maior das Forças Armadas e também do Ministro da Defesa de São Tomé.

“Continuamos a cooperar com as autoridades são-tomenses, quer pelo gabinete de emergência consular da direção-geral das comunidades portuguesas, da embaixada portuguesa e por responsáveis da estrutura consular em articulação com os serviços são-tomenses”, disse.

O navio “Amfitriti”, que fazia a ligação entre as ilhas de São Tomé e do Príncipe, uma viagem que dura entre seis e oito horas, zarpou do porto de São Tomé na noite de quarta-feira com destino à cidade de Santo António e naufragou já perto da ilha do Príncipe, na madrugada de quinta-feira.

Segundo as autoridades locais, o acidente causou sete mortos — quatro crianças e três adultos — e dez desaparecidos. Cinquenta e cinco pessoas foram resgatadas com vida, três das quais foram transportadas para a ilha de São Tomé por apresentarem ferimentos graves.

O primeiro-ministro são-tomense, Jorge Bom Jesus, anunciou a abertura imediata de um inquérito para “se apurarem as causas deste trágico acidente e assacar as eventuais responsabilidades”.

O navio da Marinha portuguesa “Zaire”, que se encontra em missão no país, com uma guarnição constituída por militares portugueses e são-tomenses, navegou de imediato para o local do naufrágio.

Três dias de luto

O presidente do governo regional do Príncipe, José Cassandra, disse que o naufrágio do navio ‘Amfitriti’ “não pode ficar impune“, lamentando que a ilha venha sendo afetada por acidentes marítimos nos últimos anos.

Nas suas declarações, José Cassandra afirmou que estavam “registados três estrangeiros que vinham no barco”, duas cidadãs portuguesas e um francês, embora tenha depois indicado tratar-se de “informações não confirmadas“. “Ao povo português e aos familiares desses estrangeiros, manifestar a nossa total solidariedade”, disse.

O executivo regional do Príncipe, que se reuniu na sequência do acidente, decretou ainda três dias de luto e suspendeu as festividades do Dia da Autonomia da região, que se celebraria neste fim de semana.

// Lusa

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