José Araújo e Silva é a terceira baixa causada pela auditoria à Caixa Geral de Depósitos. Segundo revela agora o jornal ECO, o administrador do EuroBic demitiu-se há cerca de um mês.
O Banco de Portugal já estava atento ao nome de José Araújo e Silva no âmbito da auditoria à Caixa Geral de Depósitos, mas o banqueiro afastou-se do cargo sem que fosse tomada qualquer decisão do supervisor.
Esta é a terceira vítima da auditoria à CGD, depois de Norberto Rosa e Pedro Cardoso terem desistido das possíveis nomeações a cargos no BCP e no Bison Bank.
A informação avançada pelo ECO revela que José Araújo e Silva apresentou a demissão do EuroBic há cerca de um mês, onde desempenhava funções administrativas desde 2016. O banqueiro foi gestor da Caixa entre 2008 e 2011, na altura em que Fernando Faria de Oliveira era o presidente do banco.
Na Caixa, José Araújo e Silva tinha responsabilidades nas pastas de Financiamento Imobiliário, Recuperação de Crédito e Crédito Especializado. O período em que esteve no banco público é um dos que a auditoria, conduzida pela Ernst & Young, considera ter sido dos mais problemáticos para a situação do banco.
A sua idoneidade para os cargos desempenhados na Caixa Geral de Depósitos foi também posta em questão pelo Banco de Portugal, juntamente com outros seis nomes. Norberto Rosa e Pedro Cardoso estavam incluídos nessa listagem. A névoa de incerteza em relação à competência dos dois banqueiros levou a que as suas candidaturas ao BCP e ao Bison Bank, respetivamente, caíssem por terra.
O EuroBic admitiu ao ECO que José Araújo e Silva saiu por iniciativa própria, antes que fosse tomada qualquer decisão da Ernst & Young, que lidera a auditoria. O banqueiro era responsável pela área de risco na equipa de gestão liderada pelo antigo ministro das Finanças Fernando Teixeira dos Santos.
Ao contrário de Norberto Rosa e Pedro Cardoso, José Araújo e Silva já tinha passado pelo fit & proper do Banco de Portugal — processo que analisa os requisitos de competências de adequabilidade e idoneidade para gestores de topo. No entanto, o ECO explica que novas informações da auditoria à CGD fizeram a EY reavaliar a sua posição em relação às capacidades do gestor.
Após a queda do terceiro gestor, vítima da auditoria à Caixa, está a ser também revista a idoneidade de António Vila-Cova, presidente não-executivo do Banco Finantia, que vê assim o seu cargo em risco.