Na segunda-feira, um tiroteio em Utrecht, na Holanda, deixou três mortos e cinco feridos graves. O incidente levou os partidos políticos a suspenderem a campanha para as eleições regionais. Mas não todos.
O Fórum para a Democracia, formação liderada por Thierry Baudet, de 36 anos, foi a única que não o fez. Esta quinta-feira foi declarado vencedor das eleições regionais na Holanda, tendo conseguido eleger 13 senadores, mais um do que a coligação liberal de direita do primeiro-ministro holandês Mark Rutte, o que vai fazer com que se torne cada vez mais difícil a aprovação de leis pelas instituições da Holanda.
Baudet irrompeu, assim, como o novo líder populista de extrema-direita na Holanda, roubando protagonismo àquele que era até agora o líder populista no país, Geert Wilders, do Partido da Liberdade. A formação partidária de Wilders, de 55 anos, elegeu 5 senadores (antes tinha nove) e a coligação de Rutte 12. Num senado que tem 75 lugares, em que a maioria absoluta se fixa nos 38 senadores e que, a partir de agora, passa a ter 12 partidos.
Wilders, conhecido pelas suas posições xenófobas e anti-islão, menosprezou a subida do partido de Baudet: “Agora que um novo partido parecido ao nosso, a perda de lugares está mais contida, o estilo único do partido continuará a notar-se”, declarou Wilders, citado pelo Diário de Notícias.
Licenciado em História e doutorado em Direito, Baudet é filho de um professor de música. Apesar de o pai ser francês e a mãe indonésia, o líder do Fórum para a Democracia é contra a imigração e a ostentação da proliferação da religião islâmica no país. Entre os acontecimentos que dizem ter motivado estas suas posições estão os atentados do 11 de setembro de 2001 nos EUA e o assassinato do político holandês Pim Fortuyn, a 6 de maio de 2002, nove dias antes das legislativas desse ano.
“Fomos chamados a passar para a primeira fila porque o país precisa de nós“, disse Baudet. O líder do Fórum pela Democracia criticou os imigrantes e disse ser contra “a entrada de milhares de pessoas que vêm de culturas opostas às nossas”, criticou a “histeria das alterações climáticas, a idolatria do sustentável e o doutrinamento da esquerda”. O seu partido é “o partido do renascimento”.