O Egito anunciou a conclusão de um projeto que visa salvar as catacumbas de Kom al-Shogafa, com dois mil anos, que se encontram na cidade de Alexandria. Desde a sua descoberta que as catacumbas têm sido ameaçadas pela água.
Considerado “um programa único que combina a arqueologia e a engenharia civil”, nas palavras de Thomas Nichols, um dos engenheiros envolvidos no projeto, a restauração das catacumbas começou no final de 2017, com o apoio da Agência dos Estados Unidos para Desenvolvimento Internacional (USAID) que doou 5,3 milhões de euros para o desenvolvimento do projeto, segundo a Reuters.
O ministro de Antiguidades, Khaled al-Anani afirmou que o projeto acabou com “problemas que ameaçam a área há mais de 100 anos“, pois apesar de vários projetos e tentativas de eliminar a água, até este programa, nunca se obteve um resultado eficaz, visto a água estar sempre a voltar.
Em 1985, as autoridades egípcias lançaram um programa de drenagem das águas subterrâneas através de um sistema permanente de bombeamento. Em 2015, a USAID concordou financiar o programa de modernização.
As catacumbas já foram danificadas por águas de terras agrícolas, pela água de um canal e também por água do esgoto.
Usadas entre os séculos I e IV da Era Cristã, é considerada por arqueólogos como o maior local de enterro greco-romano no Egito. As catacumbas de Kom al-Shogafa são também famosas pela mistura entre estilos egípcios e greco-romanos.
Vários outros sítios arqueológicos egípcios estão ameaçados pelo aumento das águas subterrâneas, que debilitam a sua fundação, incluindo o Templo de Karnak, em Luxor, e a Esfinge de Gizé.
O aumento no nível de água subterrânea está ligado a vários fatores, incluindo um sistema de irrigação, urbanização, vazamentos de esgoto, o aumento do nível do mar devido às alterações climáticas ou barragens artificiais.
Nos últimos anos, o Egito tem procurado promover a indústria do turismo, que teve uma forte diminuição depois da revolta de 2011 que derrubou Hosni Mubarak e a situação acabou por se agravar depois de terem ocorrido ataques militares a turistas.