António Costa foi o convidado especial do programa de Cristina Ferreira na SIC, onde preparou uma cataplana de peixe, rodeado pela mulher, pelos filhos e pela nora, e onde revelou um “artigozinho” do Orçamento de Estado deste ano para crianças intolerantes à lactose.
O primeiro-ministro foi ao “Programa da Cristina” espalhar charme e mostrar os seus dotes culinários, cozinhando uma cataplana de peixe. A iguaria não ficou pronta a tempo de ser provada em directo pela apresentadora da SIC, pela mulher de António Costa, pelos dois filhos e pela nora, que também participaram no programa.
Mas o governante teve tempo para revelar um “artigozinho” que está quase escondido no Orçamento de Estado (OE) para 2019, como destacou Cristina Ferreira. Está em causa o artigo 221 do OE que obriga o Governo a criar, “durante este ano”, “um mecanismo de comparticipação para leites ou sucedâneos de crianças, atestados medicamente, que tenham intolerância à proteína do leite ou à lactose”, revelou António Costa.
A medida precisa, ainda, de ser regulamentada pelo Ministério da Saúde e foi abordada pelo primeiro-ministro no âmbito de um caso de uma criança multi-alérgica que foi ao programa de Cristina Ferreira.
Costa também referiu que, neste momento, as crianças com alergias ou intolerância à lactose já têm “direito a apoios” no âmbito da Segurança Social, “como complemento do Abono de Família, o chamado complemento para a deficiência“, que, contudo, só é “atribuído a pessoas com rendimentos baixos”.
O primeiro-ministro contou ainda que a sua filha tem intolerância à lactose, notando que quando era criança “não podia beber leite normal”. “Só podia beber um leite de soja que vinha da Alemanha” porque não havia em Portugal, frisou. “Mais recentemente, só quando fez os testes à intolerância, é que se percebeu que era uma coisa séria e grave“, concluiu.
Donativos desorganizados não podiam correr bem
Durante a sua participação no programa de Cristina Ferreira, por iniciativa da apresentadora, António Costa também falou de Pedrógão Grande, assumindo que foi “uma coisa horrível, marcante”, que “será sempre inesquecível”.
O primeiro-ministro quis direccionar a conversa para os donativos concedidos no âmbito desses grandes incêndios de 2017, elogiando “a generosidade espontânea dos cidadãos”, mas lamentando que “acabaram por dar directamente a diversas entidades e não necessariamente através dos mecanismos” criados pelo Estado.
Assim, acabaram por “dar de forma muito desorganizada, não pelos canais correctos”, acrescentou. “Quando vi aqueles armazéns percebi que as coisas dificilmente podiam correr bem”, notou ainda, considerando que era evidente que “ia haver problemas na distribuição das coisas”.
“Os donativos que vieram para o Estado estão todos auditados e esclarecidos“, garantiu também.
Durante a conversa com Cristina Ferreira, num tom mais descontraído, contou como a mãe o obrigou a aprender a passar a ferro e como é ele que vai à lavandaria lavar as suas camisas, garantindo também que a foto em que aparece num autocarro ao lado da mulher é verídica.
A mulher também confidenciou que Costa tinha “imensas namoradas” quando o conheceu. Já o primeiro-ministro manifestou mais interesse em falar do défice do que do amor e do seu relacionamento de 32 anos.