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Encontrado o primeiro fragmento de crânio de um Denisovano, o primo dos Neandertais

Um pedaço de um crânio de Denisovano foi identificado pela primeira vez. Esta é uma contribuição dramática para as amostras conhecidas de um dos ramos mais obscuros da árvore genealógica dos hominídeos.

Bence Viola, paleoantropólogo da Universidade de Toronto, irá apresentar a descoberta, ainda não publicada, na próxima reunião da Associação Americana de Antropólogos Físicos, em Cleveland, Ohio, no final de março.

Muito pouco se sabe sobre os Denisovanos, um ramo extinto de homininos que era um grupo-irmão dos Neandertais. Apenas quatro Denisovanos terão sido identificados – todos de uma caverna na Sibéria.

O primeiro Denisovano foi descrito em 2010 a partir do fragmento de um dedo mindinho, e mais três foram identificados a partir dos dentes. Esta peça de crânio, escavada há cerca de três anos na mesma caverna da Sibéria, representa um quinto indivíduo.

“É muito bom que finalmente tenhamos fragmentos como este”, disse Viola. “Não é um crânio cheio, mas é um pedaço de crânio. Comparado ao dedo e aos dentes, é bom tê-lo.” Mas dificilmente é um esqueleto completo.

A nova descoberta consiste em dois fragmentos de ligação das costas, lado esquerdo do osso parietal, que forma os lados e o teto do crânio. Juntos, medem cerca de oito por cinco centímetros.

A análise de ADN prova que a peça é Denisovano, embora seja demasiado antiga para datar com técnicas de radiocarbono. Viola e os colegas compararam os fragmentos aos restos de humanos modernos e neandertais, embora Viola não esteja disposta a discutir os detalhes do que aprenderam até que o trabalho seja publicado.

“É apenas um pequeno fragmento. É tão importante aumentar as esperanças de que um material ainda mais completo será recuperado”, disse Chris Stringer, paleoantropólogo do Museu de História Natural de Londres, no Reino Unido.

Infelizmente, a nova descoberta não é grande o suficiente para identificar outros crânios encontrados noutros lugares sem informação genética para confirmar o diagnóstico.

Os investigadores ainda estão à espera de uma descoberta como esta, o que provavelmente ajudaria a aumentar a sua coleção e compreensão sobre os Denisovanos. Os cientistas acham que os hominídeos extintos já percorreram a Ásia, mas como a maioria dos fósseis não é suficientemente preservada para permitir análises genéticas, tem sido difícil identificar os Denisovanos noutros lugares.

Em 2017, alguns investigadores perguntaram-se se dois crânios parciais encontrados na China poderiam ser Denisovano, mas ainda não está confirmado. “Deveria ser possível ver quão bem este novo achado combina com fósseis chineses, que pessoas como eu especularam que poderiam ser de Denisovanos”, diz Stringer.

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