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Descoberta nova espécie de dinossauro com “cauda-coração” na Tanzânia

Mark Witton/National Science Foundation

Dois paleontólogos descobriram no sul da Tanzânia, na África, o esqueleto quase completo de um titanossauro extremamente insólito, cuja cauda consistia em vértebras parecidas com um coração.

O enorme réptil media cerca de 8 metros de comprimento e pesava uma tonelada, concluíram os cientistas na investigação, cujos resultados foram esta quinta-feira publicados na revista especializada PLOS One.

“Esta descoberta ajudou-nos a perceber como era a fauna africana durante as primeiras épocas das ‘grandes mudanças’. Além disso, agora compreendemos melhor a geografia do continente durante o Cretáceo”, disse Judi Skog, representante da Fundação Científica Nacional dos Estados Unidos, dando conta que “a cauda extraordinária deste dinossauro tornou-se uma espécie de presente para o público na semana do Dia de São Valentim”.

O titanossauro é um dinossauro herbívoro e quadrúpede que se distinguia pela sua grande envergadura, grande quantidade de ovos e crescimento rápido das crias.

Os restos da maior parte dos titanossauros, inclusive argentinossauros de 35 metros de comprimento e até 90 toneladas de peso, foram encontrados na Patagónia, província argentina que no passado reunia as condições adequadas para o desenvolvimento destas criaturas enormes.

Nos últimos tempos, os cientistas têm encontrado restos destes répteis antigos na Sibéria e no Norte da África. Estes achados fazem com que os investigadores acreditem que estes animais habitaram, provavelmente, todas as partes do mundo. Os investigadores esperam ainda que a nova pesquisa descubra a “pátria” inicial destes gigantes e que explique o seu sucesso no nosso planeta.

Eric Gorscak e Patrick O’Connor, investigadores da Universidade de Ohio, nos Estados Unidos, adicionaram agora a esta série um extraordinário réptil do sul de África.

Os paleontólogos realizaram escavações na Tanzânia, onde existem rochas formadas há 120-100 milhões de anos, quando a flora e fauna estavam a mudar significativamente depois da extinção de várias espécies de dinossauros devido à erupção de magma.

PLOS

Vértebras do dinossauro “cauda-coração”

Há cerca de 10 anos, Gorscak e O’Connor encontraram um osso gigante de titanossauro na margem rochosa do rio Mtuka e, em seguida, passaram anos à procura dos restantes ossos do dinossauro. Inicialmente consideraram ter encontrado as ossadas de um malawisauro, mas logo depois perceberam ter descoberto uma nova espécie de saurópode.

A nova espécie foi batizada de Mnyamawamtuka moyowamkia, que significa, na língua local, “animal do rio Mtuka com cauda-coração“, nome atribuído graças ao seu traço extraordinário — as vértebras da cauda têm a forma de coração. Foi também através deste traço que os cientistas conseguiram determinar a idade dos sedimentos nos arredores do rio e a compreender o esquema de evolução dos titanossauros africanos.

Segundo Gorscak e O’Connor, os investigadores têm agora bases para supor que a pátria destes gigantes foi a África, e não a América Latina como se pensava.

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