O antigo ministro socialista Armando Vara admitiu esta terça-feira ter recebido elevadas quantias em dinheiro vivo enquanto era diretor da Caixa Geral de Depósitos, montantes estes que foram depois canalizados para uma conta na Suíça, em nome de uma offshore, que tinha a sua filha como beneficiária.
De acordo com o jornal Público, que avança a notícia nesta quarta-feira, o antigo ministro disse o dinheiro era para pagar o trabalho como consultor de empresas, assumindo que tinha consciência de ter praticado um “ilícito fiscal”.
O antigo governante admitiu que cometeu um crime fiscal ao ocultar rendimentos numa conta bancária na Suíça. Apesar de a conta estar em nome de ambos, Vara assegurou que a filha não tinha conhecimento das movimentações financeiras.
Perante o juiz Ivo Rosa, que dirige a Operação Marquês, Vara falou durante mais de duas horas, começando por dizer que as sociedades clientes eram do leste europeu. Mais tarde, e depois de interrogado pelo juiz que considerou estranha essa proveniência, disse que eram empresas portuguesas que trabalhavam em países do leste europeu, nota o diário.
Segundo a acusação, entre dezembro de 2005 e novembro de 2008, Vara canalizou mais de 1,6 milhões de euros que lhe foram entregues em numerário para uma conta no banco suíço UBS, que tinha a filha como beneficiária final.
Tal como escreve o matutino, foi na tentativa de ilibar a filha mais velha, Bárbara Vara, acusada de dois crimes de branqueamento de capitais alegadamente por ter ajudado o pai a ocultar dinheiro cuja proveniência saberia ser ilícita, que Vara, aceitou ser interrogado.
Apesar de ser ouvido pela defesa da filha, Vara foi interrogado sobre as imputações que lhe são feitas na acusação. Segundo o advogado de Vara, Tiago Rodrigues Bastos, o juiz Ivo Rosa entendeu colocar-lhe questões relacionadas com toda a matéria que lhe é imputada nestes atos e Vara respondeu.
Depois de reconhecer o “ilícito fiscal”, Vara disse que pensou várias vezes em regularizar a situação, mas disse que acabou por não o fazer porque com o envolvimento no processo Face Oculta – no âmbito do qual cumpre uma pena de cinco anos de prisão – ficou coma vida virada do avesso e nunca mais teve cabeça para pensar no assunto, escreve ainda o Público.
Vara justificou ainda a escolha da sua filha como beneficiária da conta em causa porque Bárbara Vara trabalhava já e ia muitas vezes ao estrangeiro. Vara recusou-se, desde logo, a prestar declarações sobre o milhão de euros que o fundador do grupo Lena, Joaquim Barroca, transferiu para a conta da Suíça e que, segundo o Ministério Público, terá partido dos acionistas do empreendimento de Vale do Lobo, no Algarve.
Tiago Rodrigues Bastos disse que Vara justificou que o milhão de euros depositado na conta da sua filha era proveniente de rendimentos da sua atividade liberal como consultor, “por serviços prestados todos eles antes da sua nomeação para administrador da Caixa Geral de Depósitos” durante três anos.
O advogado de Bárbara Vara, Rui Patrício, considerou que as declarações de Armando Vara “foram suficientes” para esclarecer a posição da filha no processo. “O doutor Armando Vara deu as explicações que já toda a gente deu neste processo relacionado com a nossa cliente, isto é que ela não tem nada a ver nem com as contas nem com o dinheiro”, reiterou.
ZAP // Lusa
Só entalado é que assume ROUBOS e VIGARICES que andou a cometer ao longo de décadas.
Politicos é tudo a mesma coisa, são comos os porcos comem todas da mesma gamela.
Doutor? Da mula russa!…