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As girafas preferem jantar com amigos, tal como os humanos

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Quando se trata de comer no reino animal, as girafas, à semelhança dos humanos, preferem comer acompanhadas pelos seus amigos, revelou uma nova pesquisa levada a cabo pela Universidade de Bristol, no Reino Unido.

Embora já se soubesse que as girafas demonstram preferências pelos seus pares dentro do grupo social, até ao momento não é ainda claro o que impulsiona as suas escolhas, nem se estas preferências são momentâneas ou permanentes, nota a Europa Press.

O novo estudo, publicado recentemente na revista Animal Behaviour, visou explorar quais os fatores que causam determinadas interações nas populações de girafas. Os cientistas tentaram perceber se a perturbação humana ou os próprios predadores têm algum impacto nas relações sociais destes animais.

A equipa de investigação passou cerca de dois anos a estudar girafas na região do Vale do Grande Rift, no Quênia, para analisar padrões de associação nas populações selvagens.

Num momento inicial, os cientistas identificaram as girafas individuais recorrendo a registos fotográficos. Depois, quando já conheciam e diferenciavam os animais, passaram a observá-los em diversos habitats. Através dos dados recolhidos, a equipa descobriu que muitos casais de girafas passavam muito tempo juntos quando procuravam comida e, continuavam juntos quando se alimentavam.

De acordo com Zoe Muller, autora principal do estudo, este comportamento surge porque comer com animais já conhecidos e previamente selecionados – ou seja, comer com amigos – oferece benefícios para o espécime individual.

“Se estivermos com um parceiro ‘conhecido’ presume-se que é confiável alertá-lo caso haja um predador por perto, ou então pode ser que ambos partilhem os mesmos requisitos alimentares e, por isso, a alimentação e o comportamentos sejam complementares“, explicou a bióloga.

Em comunicado, a universidade britânica afirma que as descobertas oferecem informações completamente novas sobre as preferências sociais das girafas, dando ainda uma ideia sobre alguns possíveis mecanismos evolutivos que moldaram os grupos sociais atuais.

“A natureza dinâmica das sociedades animais esconde, geralmente, múltiplas camadas de complexidade. O nosso trabalho destaca a natureza complexa e dinâmica da estrutura social da girafa, que pode ter implicações a longo prazo para a conservação da espécie”, rematou Muller, acrescentando ainda que os resultados podem ainda orientar processos de como as populações de girafas se adaptam na natureza.

ZAP //

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