Inspeção-geral nega acusação de ser tolerante ao racismo

Tiago Petinga / Lusa

A inspetora-geral da Inspeção-geral da Administração Interna nega que o organismo que dirige seja tolerante ao racismo recusando que os polícias sejam racistas e diz que o relatório da ECRI é injusto e não é objetivo.

Em declarações à agência Lusa, Margarida Blasco disse repudiar as acusações da Comissão Europeia contra o Racismo e a Intolerância (ECRI), classificando como “manifestamente infundada” a insinuação de que a Inspeção-geral da Administração Interna (IGAI) é tolerante com práticas racistas.

“A IGAI propunha a tolerância zero para a prática de qualquer abuso ou qualquer discriminação com base em qualquer fator”, garantiu a responsável.

A reação da inspetora-geral da IGAI surge depois de serem conhecidas as críticas e recomendações que a Comissão Europeia contra o Racismo e a Intolerância (ECRI, na sigla em inglês) faz a Portugal no âmbito do seu trabalho de análise e controlo da realidade de cada Estado-membro em matéria de racismo e intolerância.

A ECRI acusa a hierarquia da PSP e a Inspeção-geral da Administração Interna de serem tolerantes ao racismo, e pede que a polícia pare de relativizar a violência contra negros e ciganos.

A PSP deve “parar de relativizar a violência grave contra as pessoas negras e os ciganos”, bem como “pôr termo ao sentimento de impunidade que prevalece entre os seus agentes”, levando a cabo uma política de tolerância zero relativamente ao racismo, homofobia e transfobia nos seus serviços.

“Neste contexto, as autoridades deveriam igualmente considerar instalar câmaras nas esquadras e veículos da polícia, e nos uniformes da polícia para responsabilizar os agentes e impedir novos abusos”, sustenta a ECRI.

// Lusa

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.