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Benfica vs Sporting | Empate firme nas mãos de Salin

Miguel A. Lopes / Lusa

Num jogo com momento de emoção, mas nem sempre bem jogado, o dérbi de Lisboa entre Benfica e Sporting terminou empatado 1-1.

Os “encarnados” controlaram quase sempre os acontecimentos, com claro domínio territorial, mais lances de perigo, perante um “leão” tacticamente bem montado, tranquilo e com um Romain Salin inspirado na baliza.

A igualdade final penaliza a ineficácia atacante benfiquista e premeia o realismo sportinguista.

O Jogo explicado em Números

  • Bom arranque de dérbi na Luz, com alguns lances bem construídos de parte a parte. O Benfica beneficiou de um domínio inicial, expresso em 71% de posse nos primeiros dez minutos, mas as combinações e tabelas no último terço falhavam, aproveitando o Sporting para contra-atacar com perigo. Os “leões” registavam três remates nesta fase, mas nenhum enquadrado. O disparo do Benfica, por Rúben Dias, obrigou a grande defesa de Romain Salin.
  • Ao 20º minuto, novamente Rúben Dias a saltar mais do que todos e a obrigar Salin a salvar quase em cima da linha de golo. Logo a seguir, o francês negou o golo a Cervi. O guarda-redes leonino começava a dar cartas numa altura de intenso domínio “encarnado” – 72% de posse, cinco remates e três enquadrados, quatro disparos leoninos, todos sem a melhor direcção.
  • Aos poucos o jogo começou a ficar algo confuso, embora as “águias” mantivessem o domínio. Salin, com três defesas de grande qualidade, liderava os ratings à passagem da meia-hora, com 6.4, bem à frente dos 5.8 de Cervi, autor de dois passes para finalização e vítima de três faltas.
  • Perto do intervalo nenhuma das equipas chegava aos 80% de eficácia de passe, o Benfica com 79%, o Sporting com 69%. E ambas registavam seis disparos, com a diferença que os “encarnados” haviam enquadrado quatro, contra um dos “leões”.
  • Nulo ao descanso, a premiar o rigor defensivo do Sporting, a anular bem o jogo de cruzamentos atrasados do Benfica e a lidar muito bem com os poucos homens que os homens da casa colocavam na grande área.
  • E a penalizar precisamente essa opção benfiquista, que dominou por completo, mas criou perigo quase exclusivamente em lances de bola parada.
  • O melhor na primeira parte era Pizzi, com um GoalPoint Rating de 6.6, fruto de dois remates, dois passes para finalização e ainda três desarmes.
  • O “leão” em destaque era Salin, com também 6.6, mas menos quatro centésimas, mercê de quatro intercepções, três delas de monta.
  • O Sporting equilibrou um pouco as operações no arranque do segundo tempo e, à passagem da hora de jogo, beneficiou de uma grande penalidade, cometida por Rúben Dias sobre Fredy Montero. Nani, na conversão, fez o 1-0 para o “leão”, ao segundo remate leonino no segundo tempo, segundo enquadrado.
  • Por volta dos 70 minutos já o Benfica agarrara de novo o jogo, chegando aos 68% de posse e muito futebol de ataque. Salin ia brilhando na baliza leonina, sendo que os visitantes registavam apenas menos um remate que os anfitriões nesta altura da segunda parte (4-3).
  • A pressão benfiquista foi-se intensificando, com muito coração e já sem grande clarividência. Muita bola (67% de posse na segunda parte), seis remates, três enquadrados, mas tudo muito em esforço. O Sporting, por seu turno, mantinha a tranquilidade, com transições sempre perigosas, mas a rarearem nos últimos dez minutos.
  • Até que essa pressão acabou por resultar. Aos 86 minutos, Rafa cruzou da direita e o recém-entrado João Félix subiu mais alto que todos e empatou, de cabeça. Apenas 18 anos e 1,78m, mas o suficiente para bater os defesas leoninos nas alturas.

O Homem do Jogo

Grande exibição do guardião leonino no Estádio da Luz. Perante um Benfica ofensivo, que rematou 19 vezes e enquadrou dez dos seus disparos, Romain Salin realizou uma prestação imaculada, com diversas defesas a valerem pontos, entre as nove que realizou.

Não é habitual um guarda-redes brilhar desta forma num jogo com estas características, mas a verdade é que o francês já igualou o máximo de defesas num jogos esta época na Liga NOS, terminando com um GoalPoint Rating de 8.5.

Nunca Salin fez tantas defesas num jogo desde que chegou a Portugal.

Jogadores em foco

  • Pizzi 7.9 – O médio do Benfica estava a ser o melhor da sua equipa quando foi substituído, aos 66 minutos. Pizzi rematou três vezes, fez quatro passes para finalização (o máximo do encontro), acertou sete de 13 passes longos, quatro deles para o último terço atacante, e ainda realizou quatro desarmes.
  • Sebastián Coates 6.8 – Perante um adversário pressionante e a colocar muitas bolas na área leonina, o central foi um dos melhores da equipa de Peseiro. Ao todo, o uruguaio realizou 21 acções defensivas, não tendo problemas em recorrer ao alívio (14).
  • João Félix x.x – O “miúdo” de 18 anos começou no banco e entrou a 24 minutos do fim, para criar desequilíbrios junto da defesa leonina. E a verdade é que o conseguiu. Félix não só fez o empate, num belo golpe de cabeça, como rematou três vezes e fez um passe para finalização.
  • Nani 6.0 – O experiente extremo esteve em bom plano na Luz. Fez o golo do Sporting, de penálti, é certo, mas registou também dois passes para finalização e recuperou 11 vezes a posse de bola.
  • Rafa Silva 6.3 – O português andou um pouco desaparecido, muito por culpa do cariz de jogo, no qual o Benfica empurrou o Sporting para junto da sua grande área. Sem espaço para aplicar a sua velocidade, e com pouca gente na área para acorrer aos seus seis cruzamentos, apenas no segundo tempo brilhou, ao centrar para o golo de Félix.

Resumo

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