Português nomeia cães como beneficiários de offshore em caso de morte

Matthew Straubmuller / Flickr

Cidade do Panamá, no Panamá

Um advogado português nomeou os seus cães – “Buddha” e “Lama” – como herdeiros de uma offshore com cinco milhões de euros, deixando ainda claro como queria que os animais fossem tratados. 

Storkfields Foundation é o nome da companhia offshore sediada no Panamá e que tem como beneficiário um português a viver em Gibraltar, a sul de Espanha.

A offshore – encontrada entre mais de 1,2 milhões de documentos de uma nova vaga dos Panama Papers, foi criada em 2015 para deter ativos estimados em cinco milhões de euros e para controlar o capital social de empresas, distribuindo assim dividendos ao seu beneficiário de forma disfarçada e fugindo aos impostos, revela o Expresso na sua edição impressa deste sábado.

No entanto, não são os ativos que tornam esta offshore “especial”, mas antes o testamento que foi deixado no momento da sua constituição.

Caso o beneficiário principal, um advogado, e de os seus dois beneficiários substitutos morrerem, foram declarados como “beneficiários finais” da Storkfields Foundation os “animais (cães) chamados ‘Buddha’ e ‘Lama’ e os seus descendentes”.

Foram dedicados vários parágrafos a explicar o que tinha que ser feito caso os cães se tornassem herdeiros. Há toda uma listas de regras: a primeira explica que uma propriedades, situada num condomínio do Sul de Espanha, no campo de golfe de Soto grande, em Cádis, deve ser conservada pela fundação como “a casa de ‘Buddha’, ‘Lama’ e dos seus descendentes”, descreve o semanário.

A propriedade em causa localiza-se num dos mais antigos e aristocráticos condomínios do Sul de Espanha, a que Juan Carlos chegou a conceder o estatuto de “Real”.

Os fundos da fundação deveriam ser usados “para suportar os custos da propriedade, nomeadamente para pagar os salários e impostos da empregada doméstica e do jardineiro, a eletricidade, a água, as taxas associadas à casa, os custos de condomínio e todas as despesas relacionadas com a boa manutenção da propriedade”.

Acrescentando ainda que seria “essencial” que os empregados tivessem “um carácter amigo dos animais”. Para assegurar o “elevado nível de cuidados” dos cães” – nomeadamente a “comida de primeira qualidade, veterinários, medicamentos – os gestores da offshore deveriam ainda vender o iate e todos os carros detidos pela fundação.

O Expresso tentou, sem sucesso, contactar o português. Em 2011, além da Storkfields Foundation, o advogado passou a ser beneficiário de uma segunda offshore com ativos de 25 milhões de euros, a Siddhartha Worldwide Foundation.

ZAP //

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.