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Gravuras rupestres do Côa: agora, a bordo de uma canoa

Miguel Pereira Da Silva / Lusa

O ministro da Cultura, Luis Filipe Castro Mendes, na visita inaugural por caiaque às gravuras rupestres de Foz Côa

O ministro do da Cultura abriu hoje de forma simbólica uma nova modalidade de conhecer as gravuras rupestres do Côa, em que os visitantes podem apreciar esta arte milenar através de passeios de canoa pelo rio abaixo.

Estas visitas, nesta primeira fase, vão abranger sítios emblemáticos das Arte do Côa como a Canada do Inferno e a Ribeira de Piscos.

“A novidade desta oferta turística é a de se poder observar as gravuras rupestres, a partir do rio Côa. Há algumas gravuras que só mesmo de canoa se podem ver, sendo a primavera e o verão, o melhor período para o efeito”, disse Luís Filipe de Castro Mendes.

O governante equipou-se a preceito, o foi mesmo um dos primeiros a dar ao remo, rio Côa abaixo, também de forma a “apadrinhar” esta nova iniciativa lançada pela Fundação Côa Parque (FCP), para atrair visitantes a este território que é Património Mundial da Humanidade. “Gosto muito da realidade do Côa, esta nova equipa do FCP tem conseguido mobilizar as novas sinergias colocadas ao dispor por este Governo”, frisou o ministro.

A Fundação Côa Parque assinala os oito anos do Museu do Côa e os 22 anos do Parque Arqueológico do Vale do Côa, de 28 de julho a 19 de agosto, tendo sido estas uma iniciativa que pretende assinalar esta data. A 10 de agosto de 1996 foi criado o Parque Arqueológico do Vale do Côa, consequência do reconhecimento do extraordinário e maior complexo de arte rupestre paleolítica ao ar livre conhecido até hoje.

A FCP renovou a frota de viaturas de todo o terreno com a recuperação de duas já antigas e aquisição de dois novos veículos.

Este lugar é de investigação científica. Mas dado o seu valor patrimonial, tem de ser dado a conhecer aos visitantes e tudo se conjuga para se criar neste vale um polo de conhecimento”, defendeu o ministro da Cultura.

Cada viagem pode ter uma duração de meio hora, ao longo de percurso definido, onde a Arte do Côa é ponto de partida para a descoberta de uma região que também rica do ponto de vista ambiental.

Para o presidente da FCP, Bruno Navarro, esta é uma forma sustentável de visitar a Arte do Côa. “Estas visitas têm ainda, um apelativo suplementar em que os visitantes podem fazer a degustação de produtos regionais durante estes novos percursos turísticos de descobertas gravuras rupestres do Vale do Côa”, frisou o responsável.

A Arte do Côa faz também parte de um Itinerário Cultural do Conselho da Europa, onde estão igualmente representados sítios como Altamira (Espanha), Lascaux, Chauvet, Niaux (França) ou Valcamónica (Itália).

Os sítios de arte rupestre do Vale do Côa situam-se ao longo das margens do rio Côa, sobretudo no município de Vila Nova de Foz Côa, estendendo-se por uma área de 20 mil hectares que abrange os municípios vizinhos de Figueira de Castelo Rodrigo, Meda e Pinhel, no distrito da Guarda.

A arte rupestre do Côa, inscrita na Lista do Património Mundial da UNESCO desde 1998, foi uma das mais importantes descobertas arqueológicas do Paleolítico Superior, em finais do século XX, em toda a Europa.

Aquando da descoberta “Arte do Côa”, em 1994, os arqueólogos portugueses asseguraram tratar-se de manifestações do Paleolítico Superior (20 a 25 mil anos atrás) e estar-se perante “um dos mais fabulosos achados arqueológicos do mundo“.

Desde agosto de 1996, o Parque Arqueológico do Vale do Côa organiza visitas a vários núcleos de gravuras tais como Penascosa, Canada do Inferno e Ribeira de Piscos.

// Lusa

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