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Metade dos jovens recupera da esquizofrenia

Os profissionais de saúde acreditavam que apenas uma minoria dos pacientes recuperava da esquizofrenia. Agora, uma investigação norueguesa concluiu que mais de metade dos participantes estão a recuperar.

Um estudo norueguês está a revelar boas notícias no que diz respeito à esquizofrenia, com mais de metade dos participantes a recuperarem parcial ou totalmente do diagnóstico inicial.

O estudo, realizado pelo Departamento de Psicologia da Universidade de Oslo, acompanhou cerca de 30 jovens diagnosticados com esquizofrenia, sendo que todos eles foram convidados a participar na investigação cinco meses após a hospitalização ou início do tratamento ambulatório para transtornos mentais.

O estudo exigiu ainda que o primeiro episódio de psicose estivesse no espetro da esquizofrenia. “Esquizofrenia significa que o paciente teve delírios graves ou alucinações, e uma grande queda na sua capacidade de funcionamento”, explica Kari Torgalsbøen, especialista em psicologia clínica.

A Universidade de Oslo tem vindo a realizar este estudo nos últimos quatro anos, e planeia continuar nos próximos seis – mas as boas notícias são já notórias. No início de 2018, 55% dos participantes recuperaram “parcial ou totalmente” dos seus sintomas.

Mas qual é o motivo deste grande sucesso? O estudo revela que o segredo está na combinação de medicação antipsicótica com programas de trabalho apoiados (ou até emprego regular).

Apesar de haver a possibilidade de a maioria dos empregadores se recusar a contratar alguém com esquizofrenia – em grande parte devido à forma como esta condição é retratada nos filmes – a verdade é que está a ajudar as pessoas a melhorarem a sua qualidade de vida, realça o ScienceNordic.

“Os participantes que recuperam apresentam maior resiliência do que aqueles que ainda estão a lutar contra os seus sintomas”, acrescenta a especialista. A resiliência é um traço psicológico que lida com a capacidade de uma pessoa se adaptar de forma positiva, apesar da adversidade.

Uma parte crucial do tratamento, que acaba também por influenciar estes bons resultados, tem a ver com o facto de os pacientes e as suas famílias receberem informações sobre o seu diagnóstico, além de dicas sobre o que podem fazer para controlar o transtorno mental. Esta técnica é conhecida como “tratamento psicoeducacional“, que, segundo a pesquisa, produz melhores resultados.

Além disso, Torgalsbøen ressalta que o estudo foi bem sucedido devido ao facto de a esquizofrenia ter sido detetada precocemente.

Ao contrário do pensamos, a esquizofrenia não significa necessariamente que o paciente tenha várias personalidades. Essa condição é conhecida como TDI, ou Transtorno dissociativo de identidade, e é muito mais rara. A esquizofrenia genuína afeta cerca de 50 milhões de pessoas em todo o mundo.

ZAP //

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