O Brasil garantiu a passagem aos oitavos-de-final do Mundial. A vitória desta quinta-feira sobre a Sérvia, por 2-0 , deu à “canarinha” o primeiro lugar no Grupo E, marcando confronto com o México num escaldante encontro marcado para segunda-feira, às 15h00.
Em Moscovo assistiu-se a um muito disputado embate com a Sérvia, que lutou com as suas armas, mas não teve a qualidade suficiente para contrariar a superioridade brasileira em praticamente todos os detalhes de jogo.
O Jogo explicado em Números
- Excelente entrada do Brasil no jogo, com 61% de posse de bola nos primeiros dez minutos, muita intensidade nas transições, trocas de bola e muita fantasia, a criar problemas à Sérvia. Porém, Tite teve uma contrariedade cedo, com Marcelo a lesionar-se e a ter de ceder o lugar a Filipe Luis.
- A Sérvia conseguiu colocar um travão no ritmo de jogo, muito graças à sua capacidade física nos duelos individuais, registando 20 ganhos em 35, pelos 20 minutos. Algo que lhes permitiu aumentar um pouco a posse de bola, mas ainda sem conseguir causar perigo. Neymar, na outra área, obrigou Vladimir Stojkovic a uma extraordinária defesa, aos 25 minutos, naquele que foi o primeiro remate enquadrado da partida.
- À meia-hora, Neymar era o melhor em campo, com um rating de 7.0, sustentado em dois passes para finalização e quatro dribles completos em sete tentativas. Colectivamente, o Brasil dominava, com 67% de posse, três remates, um enquadrado. Até que surgiu o golo da “canarinha”.
- Aos 35 minutos. Philippe Coutinho lançou Paulinho na área, o médio foi mais rápido que todos e desviou a bola de Stojkovic para o 1-0. Era o corolário de um futebol superior por parte dos brasileiros, mais perigosos devido à maior qualidade individual.
- O descanso chegou com o Brasil na frente, a dominar na posse de bola, a rematar mais e melhor, embora não tanto em quantidade. Um resultado que se ajustava perfeitamente ao que se passara em campo até ao momento.
- O melhor em campo era Neymar, com um GoalPoint Rating de 7.0, assumindo-se como o grande desequilibrador da partida.
- Para além de dois passes para finalização e dois remates, completou cinco de nove tentativas de drible e somou o número máximo de acções com bola, nada menos que 59.
- A Sérvia reentrou na partida balanceada no ataque, com 63% de posse de bola nos primeiros 15 minutos do segundo tempo e uma grande oportunidade de golo por Aleksandar Mitrovic, que reagiu a uma defesa incompleta de Alisson para cabecear. Apenas Thiago Silva estava no caminho entre o remate do sérvio e a baliza, e o defesa conseguiu afastar o perigo.
- Porém, do outro lado, a eficácia era bem melhor e, aos 68 minutos, o próprio Thiago Silva quis desequilibrar na frente, após tê-lo feito na retaguarda, e fez o 2-0, de cabeça, na sequência de um canto da esquerda de Neymar.
- O jogo estava completamente controlado pela “canarinha”. Os ataques da Sérvia aconteciam mais com o coração do que com a cabeça e era notório que a formação dos Balcãs sentiu o segundo golo, perdendo o domínio dos acontecimentos e, por volta dos 80 minutos, registava 48% de posse, muito abaixo do que sucedera até ao tento de Thiago Silva.
- Final da partida com festa brasileira, totalmente justa, suportada em 58% de posse de bola, 14 remates, seis enquadrados (11 disparos de dentro da área sérvia), 86% de posse de bola e argumentos aos quais os europeus não se conseguiram opor.
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O Homem do Jogo
As exibições de Neymar não têm tido uma apreciação unânime. A questão das perdas de bola, por exemplo, é pertinente, ou a ausência de um golo vistoso ou uma assistência, qual coelho tirado da cartola. E há a questão das expectativas que recaem sobre o jogador.
Neste jogo com a Sérvia, o craque brasileiro somou 29 perdas de bola, é certo. Mas quem nos acompanha sabe, pela análise a extremos (e laterais), ou a criativos que arriscam muito no drible, que este tipo de futebolista regista sempre elevados números de perdas de bola. Pior ainda quando, como Neymar, somam mais de 100 acções com bola.
O brasileiro teve 119, o número mais elevado da partida, pelo que a questão das perdas nem se coloca.
Para além disso, tem a seu favor uma assistência em quatro passes para finalização, sete remates (três enquadrados), incríveis nove dribles eficazes em 14 tentativas e 65 passes certos em 78. Neymar foi, assim, o melhor em campo frente à Sérvia, com um GoalPoint Rating de 9.1.
Jogadores em foco
- Thiago Silva 7.9 – Em poucos minutos, o central brasileiro deu um salto nos nossos ratings. Isto porque, primeiro, negou um golo certo a Mitrovic, com um corte decisivo. E, logo a seguir, subiu à área contrária para fazer o 2-0. Para além disso, somou 11 acções defensivas, recuperou oito vezes a posse de bola e só foi driblado uma vez.
- Philippe Coutinho 6.9 – A influência do jogador do Barcelona na “canarinha” é incontestável. Coutinho fez a assistência para o 1-0, somou três passes para finalização, registou 91% de eficácia de passe e manteve sempre uma qualidade de jogo muito acima da média.
- Vladimir Stojkovic 6.8 – O melhor da Sérvia foi o seu guarda-redes. A defesa que Stojkovic fez na primeira parte a remate de Neymar foi extraordinária, e continuou a mostrar-se a grande nível, terminando com quatro defesas.
- Paulinho 5.9 – Uma espécie de mal-amado do Brasil, mas que empresta uma consistência assinalável ao “escrete”, para além de uma grande capacidade de luta. Mas tal como acontece no Barcelona, o médio tem golo, e fez o 1-0 na partida. Defensivamente esteve apagado, mas terminou com 88% de eficácia de passe.
- Fernandinho 6.0 – O médio entrou para o lugar de Paulinho, e o caso é que o Brasil melhorou bastante, apesar de só ter jogado 26 minutos. mas nesse período deu consistência ao “miolo”, com três recuperações de posse, cinco acções defensivas e dois passes para finalização.
Resumo
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