O movimento xiita libanês reclamou, esta segunda-feira, uma “grande vitória” nas eleições de domingo no Líbano, as primeiras legislativas no país em quase uma década.
“É uma grande vitória moral e política (…) O objetivo foi alcançado”, disse o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, num discurso transmitido pela televisão.
Nasrallah não divulgou resultados do movimento, mas afirmou que “a composição do futuro Parlamento representa uma garantia e uma força protetora para a resistência”.
Resultados parciais citados pela Associated Press indicam que o Hezbollah elegeu pelo menos 43 deputados.
A declaração de vitória do Hezbollah surge depois de o primeiro-ministro ter anunciado que o seu Movimento do Futuro perdeu um terço dos deputados, elegendo 21 deputados contra 33 no Parlamento cessante (128 assentos – 64 cristãos e 64 muçulmanos).
“Tínhamos apostado num melhor resultado e num grupo maior”, admitiu Saad Hariri.
O Irão, forte aliado do grupo xiita, saudou a realização “com êxito” das eleições no Líbano, considerando que é uma “vitória para toda a Nação” do país árabe.
Segundo o comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano, conseguirem realizar “eleições pacíficas no meio da atual situação caótica na região é uma grande conquista democrática para todo o povo do Líbano”.
O anúncio oficial dos resultados, previsto para as primeiras horas desta segunda-feira, não foi feito até ao momento, sem que haja qualquer explicação oficial para o atraso, noticia a EFE.
Cerca de 3,6 milhões de eleitores foram chamados a votar nas eleições de domingo, as primeiras desde 2009, tendo ficado marcadas por uma fraca participação (49,2%).
O mandato dos deputados deveria ter terminado em 2013, tendo sido aprovadas várias extensões do mesmo, evocando-se questões de segurança relacionadas com a guerra na vizinha Síria.
O sistema político libanês distribui o poder entre as diferentes comunidades religiosas do país e os principais partidos são liderados por dinastias políticas.
Os libaneses escolheram de entre 583 candidatos, distribuídos por 77 listas, os ocupantes dos 128 lugares no Parlamento (que deve ter igual número de cristãos e muçulmanos) e de acordo com a legislação aprovada em 2017, que reduziu o número de circunscrições e introduziu o escrutínio proporcional.
ZAP // Lusa