O Museu de Israel expôs, pela primeira vez, um pergaminho com mais de 2.000 anos encontrado numa gruta em Qumrán, em 1947. É uma cópia do Génesis, escrita na primeira pessoa.
O Museu de Israel expôs, pela primeira vez, um dos mais antigo e intrigantes manuscritos bíblicos. Este é o pergaminho do primeiro de sete rolos encontrados numa gruta em Qumrán, na Cisjordânia, em 1947.
O manuscrito encontra-se numa urna coberta por um cristal, com duas camadas que permitem passar um feixe de luz entre elas por apenas 30 segundos.
O fragmento de sete rolos, agora exposto, integra os manuscritos do Mar Morto, quase mil documentos escritos em aramaico e hebraico, encontrados em onze cavernas em Qumrán, no deserto da Judeia, entre 1947 e 1956.
Neste caso, o museu está a expor o “Génesis apócrifo“, que pertence aos primeiros sete manuscritos encontrados no ano de 1947 por pastores beduínos, que os descobriram dentro de dez jarros de barro. Segundo a TVI24, venderam-nos, tendo sido comprados por investigadores judaicos.
Em 1955, o investigador James Bieberkraut trabalhou no frágil documento, escrito em aramaico, mas, ao contrário de outros documentos, este “Génesis apócrifo” está registado num pergaminho e não em papiro. Além disso, as tintas usadas também são especialmente sensíveis à luz.
Adolfo Roitman, curador do Museu de Israel, refere que esta “é uma cópia muito antiga de um texto original. Os traços da escrita estão feitos com muito cuidado, sem erros, e isso, nessa época, só era possível tendo diante o texto a copiar”.
Segundo o El País, o texto data do século I antes de Cristo e contém uma versão, dos capítulos 5 ao 15, do primeiro livro do Velho Testamento, que, por sua vez, corresponde ao Génesis da Bíblia (ou, com algumas diferenças, ao Bereshit, da Torá judaica).
É por essa razão que este pergaminho é conhecido como “Génesis apócrifo”: o autor não é conhecido, a autenticidade está ainda por provar e não é reconhecido nos canônes bíblicos das Igrejas cristãs.
A história surge narrada na primeira pessoa, como se fosse o próprio Noé a contá-la. Assim, de acordo com esta narração, Deus arrependeu-se de ter criado o homem, devido à maldade que este espalhou na Terra.
É assim que surge o dilúvio, como uma tentativa de resolução do problema, em que encarregou Noé de criar uma arca, com um casal de cada espécie de animal existente. Noé cumpriu a ordem e sobreviveu ao dilúvio, tendo abandonado a arca no ano 2348 antes de Cristo.
Ao passo que no Génesis conta-se que Noé, quando se salvou, ergueu um altar em terra e sacrificou “animais puros e aves puras”, como reza o versículo 20 do capítulo 8, no “Génesis apócrifo” a versão é um pouco diferente: aqui, é o Noé que conta que ergue o altar e faz o sacrifício dentro da própria arca.
O curador Adolfo Roitman considera que, do ponto de vista histórico, esta versão também faz sentido, “porque se falamos da destruição que devastou a Terra, o sacrifício teria sido feito para garantir a purificação do exterior”. Esta é uma de entre outras diferenças registadas no “Génesis apócrifo”.
Fora os outros livros apócrifos que os senhores da dita igreja resolveram deixar de fora porque não era nada conveniente para eles… Entre eles o livro de Enoch e de Maria Madalena.
Não se trata de um livro apócrifo. É apenas uma cópia do livro do Gênesis.
E quando se faz uma cópia, o copista não tem méritos no seu trabalho. O mérito é a Deus que inspirou Moisés a escrever o livro do Gênesis.