Ministro do Trabalho diz em entrevista à Antena 1 que a ideia de a SCML entrar na área financeira foi de Santana Lopes, mas admite que foi o Governo que colocou o Montepio como hipótese.
ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social afirmou ter sido ideia de Pedro Santana Lopes o envolvimento da Santa Casa no setor financeiro, enquanto a hipótese de investimento no Montepio foi colocada pelo Governo.
Em entrevista à Antena 1, que será transmitida este sábado a partir das 12:00, Vieira da Silva precisou que a “ideia de que a Santa Casa podia ter um papel no setor financeiro é uma ideia avançada pelo dr. Santana Lopes (então provedor da Santa Casa de Misericórdia de Lisboa – SCML)”.
“A colocação do Montepio nesse leque de hipóteses foi colocada pelo Governo, não pelo dr. Santana Lopes”, acrescentou ainda o governante, precisando que a possibilidade de a Santa Casa se envolver na área financeira surgiu “há quase dois anos, numa altura que se vivia o momento mais difícil” no setor.
Quanto a críticas feitas ao envolvimento do setor social no financeiro, Vieira da Silva falou em “profundo desconhecimento da realidade”, porque em “toda a Europa existem instituições financeiras do setor social”.
Na quarta-feira, os deputados da Comissão de Trabalho e Segurança Social aprovaram, por unanimidade, as audições do ministro da Segurança Social e do provedor da SCML sobre uma eventual entrada no capital do Montepio.
O pedido de audição do ministro Vieira da Silva e do provedor Edmundo Martinho foi feito pelo CDS-PP para que prestem “todos os esclarecimentos sobre os contornos que envolvem a hipótese de a SCML entrar no capital do Montepio Geral”.
A eventual tomada de participação da SCML na Caixa Económica Montepio Geral (CEMG) tem sido muito falada nas últimas semanas e motivou exigências de esclarecimentos ao Governo pela parte de PSD e CDS-PP.
Quanto aos democratas-cristãos, que fizeram o pedido de audições, estes querem saber, especificamente, se a Santa Casa vai ou não entrar no capital do Montepio, a que valor e adquirindo que participação e onde está o estudo de avaliação da operação.
O CDS-PP quer ainda saber quem teve a ideia original do negócio, depois de dúvidas suscitadas pelo ex-provedor da SCML e candidato à liderança do PSD, Pedro Santana Lopes.
A imprensa tem adiantado que a SCML poderá entrar com 200 milhões de euros em troca de uma participação de 10% na CEMG, o que valoriza o banco em cerca de 2.000 milhões de euros.
A CEMG está num período de mudança dos estatutos e mesmo da sua equipa de gestão, tendo a Associação Mutualista Montepio Geral (até agora o seu único acionista) anunciado a entrada de Nuno Mota Pinto para presidente do banco, lugar ainda ocupado por Félix Morgado.
// Lusa