União Europeia chega a acordo sobre capturas e quotas de pesca para 2018

Paulo Cunha / Lusa

A ministra do Mar, Ana Paula Vitorino

Os ministros das Pescas da União Europeia chegaram esta madrugada a acordo para os totais admissíveis de capturas e quotas para 2018, após mais de 20 horas de negociação em Bruxelas, informaram fontes europeias.

Os vinte e oito chegaram a um acordo às 07h38 locais (06h38 em Lisboa), depois de uma negociação particularmente longa em relação aos anos anteriores, de quase vinte e duas horas. Os ministros estavam reunidos desde as 10h00 da manhã (09h00 em Lisboa) de terça-feira em Bruxelas.

A ministra do Mar destacou, esta quarta-feira, o “resultado bastante favorável” da maratona de negociações sobre as pescas para 2018, face às expectativas de Portugal, nomeadamente na redução da pescada.

“Os resultados deste conselho, face às expectativas, são bastante favoráveis”, disse a ministra aos jornalistas, exemplificando com o biqueirão – uma espécie com elevado valor comercial – “onde havia uma proposta de redução de 20%” e foi conseguida a manutenção” das quotas de pesca para o próximo ano.

As capturas de pescada em águas nacionais sofrem um corte de 12%, abaixo dos 30% inicialmente propostos por Bruxelas e as capturas de carapau são reduzidas em 24%, sendo que em nenhuma das espécies a quota é atingida pelos pescadores portugueses.

Ana Paula Vitorino destacou a boa cooperação com a sua homóloga espanhola, Isabel Tangerina, nas negociações, salientando que os dois países trabalharam “de uma forma muito próxima”.

Em águas nacionais, vão aumentar, em 2018, as possibilidades de pesca de raias (15%), lagostins (13%) e areeiros (19%), mantendo-se as quotas de julianas, solhas, ligados e tamboris.

A quota de pescada cai 12% e a do carapau 24%, podendo ser revista em função dos pareceres científicos, tendo a ministra destacado que, ainda assim, estão acima do que é efetivamente capturado pelos pesqueiros portugueses.

“É evidente que todos gostaríamos de ter muito mais mas houve uma redução global dos totais admissíveis de capturas a nível europeu”, destacou.

Ana Paula Vitorino salientou ainda que quer Portugal, quer Espanha, apresentaram fundamentação científica para as contra propostas apresentadas, garantindo que todas as espécies estão dentro do rendimento máximo sustentável.

ZAP // Lusa

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