Os antepassados primitivos das baleias tinham dentes “extremamente afiados”, semelhantes aos dos leões e os lobos, que utilizavam para devorar as suas presas, e não para filtrar os seus alimentos, segundo um estudo publicado esta quarta-feira.
Um estudo dos Museus Victoria e da Universidade Monash em Melbourne, na Austrália, é o primeiro a contradizer a teoria que aponta para que estes mamíferos pré-históricos só usassem os dentes para filtrar a comida e não para se alimentarem.
O estudo foi publicado esta quinta feira no Royal Society Journal Biology Letters.
Ao contrário do que muita gente pensou, parece que as baleias nunca usaram os dentes como uma peneira. Em vez disso, a sua estratégia de alimentação com um “filtro” evoluiu mais tarde, talvez até depois de já terem perdido os dentes”, explica o autor principal do estudo, o professor Alistair Evans, da Escola de Ciências Biológicas de Monash.
A investigação precisa que os antepassados das baleias com barbas, entre as quais se encontram a baleia franca austral e a baleia azul, mordiam e cortavam as suas enormes presas com os seus dentes afiados em vez de os deslizarem através das barbas.
As barbas das baleias, que podem assemelhar-se a um pente, consistem numas lâminas córneas e elásticas que têm nestes mamíferos nos seus maxilares e que utilizam para filtrar o plâncton com que atualmente se alimentam. “A alimentação por filtro é um traço determinante das baleias modernas“, explicou Alistair Evans.
Desde a época de Charles Darwin os cientistas têm estado intrigados pela forma como los misticetos, que são os antepassados das baleias com barbas, fizeram essa evolução, deixando de morder a presa com os dentes para filtrá-la.
ZAP // Lusa