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Arqueólogos na pista do tabernáculo bíblico que alojou os Dez Mandamentos

Associates for Biblical Research / Facebook

Escavações em Shiloh, Cisjordânia, em busca do tabernáculo onde foi alojada a Arca da Aliança com os Dez Mandamentos.

Com pás e muita fé, uma equipa de arqueólogos norte-americanos rebusca a terra nas colinas da antiga cidade Shiloh, na Cisjordânia, seguindo as pistas da Bíblia em busca do tabernáculo onde foram guardadas as tábuas dos Dez Mandamentos.

O trabalho de uma equipa de arqueólogos da ONG ABR, Associates for Biblical Research, completou, recentemente, quatro semanas de escavações. Já com a quinta semana de buscas a decorrer, não há ainda sinal do tabernáculo, mas não falta a fé para o encontrar, conta o The Times of Israel, jornal que acompanhou os trabalhos de campo.

Várias outras escavações efectuadas na zona, desde o Século passado, procuraram em vão sinais do famoso tabernáculo, que terá sido construído para alojar a Arca da Aliança, onde Moisés guardou as famosas tábuas dos Dez Mandamentos que terão sido escritas directamente por Deus.

É esta história bíblica que orienta as pesquisas dos arqueólogos da ABR, liderados por Scott Stripling, antigo pastor durante 20 anos e professor na Universidade Baptista de Houston, nos EUA.

Ao jornal israelita, Stripling reconhece que “há quem diga que a Bíblia não é fiável“, mas reforça que para ele e para a sua equipa “é muito rigorosa”. “Estamos a encarar a Bíblia como um documento histórico sério, mas as provas são o que são”, acrescenta.

Em declarações à Fox News, Scott Stripling é mais optimista. “Estamos de confiantes que o tabernáculo repousou em Shiloh. Foi instalado em Shiloh em 1400 a.C., Josué menciona-o” na Bíblia, realça o arqueólogo.

“O maior quebra-cabeças do mundo”

Segundo a Bíblia, foi Moisés que indicou os preceitos, segundo o que lhe foi ditado por Deus, para a construção da Arca da Aliança para aí serem guardadas as tábuas dos Dez Mandamentos.

Os arqueólogos acreditam que o tabernáculo que alojou a Arca só pode ter sido instalado em Shiloh, que terá sido o grande lugar de oração dos israelitas antes da construção do Primeiro Templo, em Jerusalém.

O livro sagrado refere também que a Arca da Aliança e o tabernáculo foram venerados durante quase 400 anos, na antiga cidade, e terá sido no local que Ana, que era estéril, agradeceu a Deus o nascimento do filho, o profeta Samuel.

No “Livro de Jeremias” e nos “Salmos”, fala-se de uma Shiloh destruída, depois de os Israelitas serem derrotados pelos Filisteus que então, arrasaram a cidade e roubaram a Arca da Aliança.

A semana passada, as escavações trouxeram à luz do dia 10 enormes jarros de cerâmica que serão anteriores à construção do Primeiro Templo e que os arqueólogos notam que podem ser um indício de que o local foi abandonado abruptamente, como é descrito na Bíblia.

Nas escavações já foram encontradas cerca de 2 mil peças de cerâmica, jóias, ferramentas, armas de metal e de pedra, 15 peças de vasos de pedra usados em rituais judeus, 250 moedas, ossos de animais e um kobaat, cálice ritual que pode estar relacionado com práticas religiosas.

Até agora, nem sinal do tabernáculo. “É o maior quebra-cabeças do mundo”, assume Scott Stripling ao diário israelita. Mas com recurso às técnicas arqueológicas mais modernas, incluindo tecnologia digital, os arqueólogos acreditam que podem finalmente, encontrar as provas da história da Bíblia.

Certo é que os arquólogos estão preparados para escavar durante os próximos 20 anos – o tempo que duraram expedições anteriores realizadas pela ABR na zona.

SV, ZAP //

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