Universidade americana paga indemnização a ex-aluno português ilibado de abuso sexual

O jovem do Porto vai receber nove mil euros de indemnização. A instituição norte-americana divulgou o seu nome num email enviado a todos os alunos quando foi acusado.

Francisco Sousa é um jovem natural do Porto que foi estudar para os Estados Unidos, na Universidade Estadual de San Diego. Em dezembro de 2014, o jovem foi a uma festa numa residência perto do campus universitário e acabou a ser acusado de abuso sexual.

Uma estudante universitária alegou que, durante a festa, Francisco a tinha prendido na casa-de-banho e forçado a fazer sexo oral.

O aluno negou diversas vezes, mas acabou identificado e detido pela polícia da universidade, tendo inclusive sido filmado por uma televisão à saída da cadeia, no dia seguinte.

Francisco Sousa foi imediatamente suspenso da faculdade que frequentava, que deu a conhecer o caso, revelando o seu nome num email enviado a todos os os alunos da instituição. Em 2015, o jovem foi ilibado, com a justiça americana a entender não haver fundamentos para o acusar.

Hoje, dois anos depois da decisão, o ex-estudante recebeu uma indemnização no valor de dez mil dólares, cerca de nove mil euros, pela Universidade de San Diego, segundo o Público.

O jovem tem agora 23 anos e é licenciado em Gestão e Economia por outra faculdade da Califórnia. Francisco sente que chegou ao fim um pesadelo. O recém-licenciado diz que o valor acordado entre as partes é mais simbólico que outra coisa.

Não havia montante justo para o que eu passei nem há dinheiro que possa fazer voltar o tempo atrás e corrigir os males e as injustiças que me aconteceram”, garantiu, mas está satisfeito com o desfecho porque, ao pagar, a universidade manda a mensagem de que o aluno estava “inocente”.

Lembra ainda Francisco Sousa que a Procuradoria de San Diego concluiu que não havia motivos para o acusar: “só podemos deduzir acusações quando acreditamos que as podemos provar sem margem para qualquer dúvida“, lê-se no comunicado da procuradoria – e que a própria universidade, que conduziu uma investigação paralela “que demorou muito mais do que devia”, sublinhou o jovem licenciado, também se decidiu pela sua inocência.

Para este desfecho terão contribuído os elementos apresentados pela defesa: mensagens de telemóvel trocadas entre a estudante e o acusado antes e depois do sucedido, bem como fotografias de ambos que revelam uma relação íntima e consensual.

Talvez por em 2014 a Universidade de San Diego, com 35 mil alunos, lidar com uma série de queixas de “ataques sexuais“, o caso que envolveu Francisco foi altamente mediatizado, merecendo cobertura dos canais CBS, NBC e Fox News.

Durante todo o processo que o levou a entrepor uma ação contra a antiga faculdade, Francisco Sousa chegou a dizer à Fox que não queria apenas limpar o seu nome mas também um pedido de desculpas público e que a universidade mudasse a forma como investiga acusações de abuso sexual e outros crimes.

“Eles enviaram o email para toda a gente sem sequer me perguntarem o que quer que fosse”, disse ao canal televisivo americano. “Antes que houvesse uma investigação cuidada eles puseram-me um rótulo de criminoso“.

O jovem português tenciona agora procurar emprego nos Estados Unidos.

ZAP //

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