Os primeiros resultados das eleições legislativas argentinas, realizadas este domingo (27), dão uma ampla vitória à Frente Renovadora (grupo dissidente do partido do Governo) na província de Buenos Aires – o maior dos 24 distritos eleitorais do país, com quase 40% dos 30,6 milhões de eleitores. Apesar da derrota, o Governo conseguiu manter uma maioria apertada na Câmara dos Deputados, onde passa a ter apenas 130 dos 257 deputados.
O candidato a deputado federal Sergio Massa, que foi chefe de gabinete da presidente Cristina Kirchner antes de passar para a oposição, obteve 42,38% dos votos. Martin Insaurralde, candidato da Frente para a Vitória (do Governo), ficou em segundo lugar, com 29,23% dos votos.
Com esta vitória, Massa, que governa o município de Tigre na província de Buenos Aires, consolida a posição como candidato da oposição às eleições presidenciais de 2015. Apesar de Martin Insaurralde não estar entre os possíveis candidatos, ele é aliado do governador de Buenos Aires, Daniel Scioli, que já anunciou a intenção de concorrer à sucessão da presidente Cristina Kirchner.
As eleições deste domingo renovaram metade da Câmara dos Deputados (127 dos 257 legisladores) e um terço do Senado (24 de 72 senadores). No total, o mapa eleitoral argentino é composto por 24 distritos: 23 províncias e a capital Buenos Aires. Apenas oito distritos, no entanto, renovaram os seus lugares no Senado: a cidade de Buenos Aires e as províncias de Entre Rios, Neuquén, Rio Negro, Salta, Santiago del Estero, Chaco e Terra do Fogo.
Na cidade de Buenos Aires (autónoma em relação à província), o grande vitorioso foi o PRO – partido do empresário e chefe de Governo da cidade, Mauricio Macri, que também é considerado um forte candidato às presidenciais. Os seus candidatos ao Senado (Gabriela Michetti) e à Câmara dos Deputados (Sergio Bergman) obtiveram, respectivamente, 38,35% e 34,15% dos votos. Os militantes do partido vestiam uma camiseta amarela com a frase: Macri 2015.
Com os resultados das legistalivas, o que está em jogo agora é definir as alianças políticas que serão formadas para concorrer às eleições presidenciais de 2015. Pela Constituição, Cristina Kirchner não terá direito a concorrer a um terceiro mandato.