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Concelho de Castro Verde classificado como Reserva da Biosfera da UNESCO

O concelho de Castro Verde, “um ecossistema humanizado de alto valor natural” situado no Alentejo, foi classificado, esta quinta-feira, como Reserva da Biosfera da UNESCO, anunciou o município.

Com a classificação conseguida hoje, o concelho de Castro Verde torna-se a 11.ª Reserva da Biosfera e a primeira a sul do rio Tejo, em Portugal, a ser inscrita na Rede Mundial de Reservas da Biosfera da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), refere a Câmara de Castro Verde num comunicado.

A candidatura de Castro Verde, no distrito de Beja, a Reserva da Biosfera foi aprovada hoje, em Paris, França, pelo Conselho Internacional de Coordenação do Programa “O Homem e a Biosfera” (“Man and the Biosphere” – MaB) da UNESCO e que visa classificar áreas territoriais de proteção dos recursos naturais.

A secretária de Estado do Ordenamento do Território e Conservação da Natureza reagiu hoje com “grande regozijo e contentamento” a esta classificação. Esta decisão “vem reforçar a expressão das Reservas da Biosfera portuguesas que, de 10 passam a 11, e também da participação de Portugal no programa Mab [Man and the Biosphere, Homem e Biosfera, em português]” da entidade internacional, disse à agência Lusa Célia Ramos.

A governante felicitou o município de Castro Verde, a Liga para a Proteção da Natureza (LPN) e a Associação de Agricultores de Campo Branco, subscritores da candidatura, e realçou tratar-se de “mais um reconhecimento internacional, desta vez com o timbre da UNESCO, dos valores naturais e culturais” do país.

Esta classificação permite a Castro Verde associar-se à marca de Reserva da Biosfera e integrar a Rede Nacional das Reservas da Biosfera de Portugal, onde já estão as outras 10, e concorrer ao projeto EEA Grants que ascende a 3,3 milhões de euros para financiar projetos de tratamento dos habitats, para a comunicação interna e externa e para a sensibilização.

Com esta marca, é possível em Castro Verde, como já é no Tejo Internacional ou no Parque Nacional da Peneda Gerês ou Paul do Boquilobo, que foi a primeira em Portugal, “comunicar além fronteiras e, a partir dai, ter um maior retorno” através dos produtos locais e da visitação, por exemplo, defendeu a secretária de Estado.

A decisão da UNESCO significa, além do reconhecimento do trabalho realizado, acrescentou, “uma grande dimensão de autoestima para aquela parcela do Alentejo, que soube durante todos estes anos desenvolver atividades em harmonia com os habitats e produziu um habitat excecional com um conjunto de espécies que são simbólicas e únicas”.

“Estamos verdadeiramente convictos que é possível alicerçar todo um processo de desenvolvimento [baseado em] valores e recursos do território, simbólicos, distintivos e únicos, como é o caso deste sistema em torno dos cereais de sequeiro e, pontualmente, de alguma azinheira e montando, nesta região de Castro Verde”, realçou Célia Ramos.

E recordou que a classificação da UNESCO é também um compromisso de quem apresenta a candidatura de manter este valor e se possível melhorá-lo através de um plano de ação que é avaliado de dez em dez anos.

Esta reserva biosfera vem juntar-se às dez que Portugal já tem no total das 669 existentes em 120 países, quatro das quais nos Açores (Corvo, Flores, Graciosa, Fajãs de São Jorge), uma na Madeira (Santana), três são transfronteiriças (Geres-Xurês, Meseta Ibérica, Tejo Internacional), além das Berlengas e do Paul do Boquilobo.

As reservas portuguesas abrangem três regiões biogeográficas (Mediterrânica, Atlântica e Macaronésia) e diferentes tipos de ecossistemas, desde os insulares nas Regiões da Macaronésia e no mar Atlântico, zonas húmidas do Tejo (Paul do Boquilobo e Tejo Internacional) e zonas montanhosas e vales do Norte no Continente.

ZAP // Lusa

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