Com a facilidade em adquirir câmaras fotográficas cada vez mais sofisticadas, o reflexo nos olhos das pessoas que foram vítimas de sequestro ou abusos pode tornar-se mais uma arma para solucionar estes crimes.
Rob Jenkins e Christie Kerr, cientistas do departamento de psicologia da Universidade de Glasglow, desenvolveram um método para identificar pessoas em fotografias, através do reflexo nos olhos das pessoas fotografadas.
Ampliando fotografias de rostos tiradas em alta resolução, é possível identificar as pessoas que tiraram a foto ou que estavam presentes no momento, cujo reflexo tenha ficado gravado nos olhos da vítima.
A técnica permite, por exemplo, combinar pares de imagens, se forem recolhidas “amostras” dos dois olhos.
Em teoria, estas imagens contêm informações com a disparidade binocular necessária para reconstruir uma representação 3D do ambiente a partir do ponto de vista do fotografado.
As fotos da experiência foram tiradas com uma câmara de 39 megapixels e num ambiente bem iluminado, mas os cientistas defendem que a massificação do uso de telemóveis, com lentes cada vez mais potentes, tornará mais fácil o trabalho dos investigadores que escolham utilizar esta técnica.
A técnica baseia-se também na capacidade que o cérebro humano tem de identificar padrões e reconhecer caras, mesmo com imagens de baixa resolução ou pixelizadas.
A imagem ao lado tem uma resolução de apenas 16×20 pixels, mas todos nós reconhecemos a figura, certo?
A realidade apanha a ficção
Em meados de 2009, o utilizador do YouTube tempura1234 publicou um vídeo com um excerto de um episódio de CSI-NY. Deu ao vídeo o título de “Why I Don’t Watch CSI”.
No episódio, o detective Mac Taylor identifica um assassino pelo reflexo na córnea de uma fotografia da vítima. Para tempura1234, “isto é apenas estúpido”. Foi o último episódio que viu de todas as séries CSI.
Mas, apenas 5 anos depois, parece que a realidade ultrapassou a ficção.
Adriano Padilha, ZAP