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EUA acusam Rússia pelo ataque informático que originou crise no Qatar

Piratas russos podem ser os responsáveis pelo ataque informático contra a agência noticiosa oficial do Qatar, no início de junho, que agravou as tensões regionais, noticiou a estação televisiva CNN esta terça-feira.

A CNN cita investigadores norte-americanos como fonte da informação, depois do isolamento diplomático do Qatar por decisão de vários países vizinhos (Arábia Saudita, Bahrein, Egito, Emirados Árabes Unidos e Iémen), que acusam este pequeno Estado do Golfo de “apoiar o terrorismo”.

Ainda segundo os investigadores, o objetivo dos russos, com esta ação de pirataria, era provocar divisões entre os EUA e os seus aliados.

Investigadores da polícia federal norte-americana (FBI) estão a ajudar o Qatar a determinar a origem desta alegada “pirataria” da agência noticiosa QNA há duas semanas.

As autoridades do Qatar já afirmaram que foram vítimas de ‘hackers’, que publicaram no site da agência afirmações falsas atribuídas ao emir xeque Tamim ben Hamad Al-Thani.

Estas afirmações controversas rompiam com o consenso regional sobre vários temas sensíveis, designadamente o Irão, que era visto como um aliado estratégico. As declarações atribuídas ao emir continham também comentários negativos sobre as relações entre os EUA e o Qatar, apesar de este ser um importante aliado dos norte-americanos.

Na terça-feira, o Presidente norte-americano, Donald Trump, deu um apoio tácito ao isolamento do Qatar pelos países da região, sugerindo que o pequeno Estado financiava grupos extremistas.

A presidência russa já rejeitou as acusações dos Estados Unidos. “Estamos fartos de reagir a banalidades difundidas sem qualquer prova. Este tipo de acusações desacredita quem as lança”, declarou Andrei Krutskikh, conselheiro do Presidente Vladimir Putin para os assuntos de cibersegurança, citado pela agência russa Interfax.

“Infelizmente, eles [os norte-americanos] não inventam nada de novo. Aconteça o que acontecer, falam de ‘hackers’. É sempre a mesma lengalenga. Não há, como sempre, nenhuma prova e as conclusões são feitas antes que qualquer inquérito seja sequer iniciado”, acrescentou, de acordo com a Interfax, citada pela agência France-Presse.

ZAP // Lusa

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