Não, não é a Estrela da Morte. Astrónomos da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, encontraram um corpo planetário nos limites do nosso sistema solar, chamado de DeeDee.
Deedee, abreviatura usada para “Distant Dwarf”, ou “Anão Distante”, foi descoberto pela primeira vez no fim de 2016, mas pouco se sabia sobre a sua estrutura física.
Agora, novos dados recolhidos pelo ALMA, o telescópio Atacama Large Millimeter / submillimeter Array, revelaram detalhes sobre a verdadeira identidade do objeto misterioso: tem cerca de dois terços do tamanho do planeta anão Ceres, o maior membro do nosso cinturão de asteroides, e massa suficiente para ser esférico.
Isto significa que DeeDee cumpre os critérios necessários para ser considerado um planeta anão, embora os investigadores ainda não lhe tenham dado esse rótulo oficial.
A descoberta foi publicada na revista científica Astrophysical Journal Letters.
Desvendando o mistério
DeeDee foi visto pela primeira vez usando o telescópio Blanco no Observatório Interamericano Cerro Tololo, no Chile.
A descoberta fez parte da pesquisa Dark Energy Survey, que produziu cerca de 15.000 imagens e identificou mais de 1.1 mil milhões de objectos, a maioria dos quais estrelas e galáxias distantes. Apenas uma minúscula fracção desses objectos do nosso próprio sistema solar acabou por se revelar interessante.
Sem as observações de acompanhamento do ALMA – um conjunto de antenas de rádio que podem recriar imagens mais claras do espaço distante -, os investigadores não conseguiam perceber se DeeDee era pequeno, mas altamente reflexivo, ou grande, mas extremamente escuro.
Agora, os astrónomos puderam verificar que o objeto é incrivelmente frio, apenas um pouco acima do zero absoluto, e confirmaram que é invulgarmente grande, mas tão escuro que só reflecte cerca de 13% da luz solar que o atinge.
Por outras palavras, DeeDee é tão brilhante como uma vela a meio caminho da lua.
DeeDee fica a aproximadamente 92 unidades astronómicas do sol, cerca de 137 mil milhões de quilómetros. É o segundo mais distante objecto transneptuniano conhecido, com uma órbita apenas mais pequena do que a do planeta anão Eris. De facto, a órbita de DeeDee é tão grande que ele leva 1.100 anos a completar uma volta ao Sol.
Só porque estes objectos se encontram longe, não significa que não sejam importantes. Os objectos como DeeDee são vestígios da criação do nosso sistema planetário.
Os cientistas esperam agora obter mais informações sobre como e quando estes objectos se formaram, para esclarecer também como os planetas do nosso sistema solar, incluindo a Terra, se desenvolveram originalmente.
E talvez as mesmas tecnologias que usamos para estudar Deedee possam ser usadas para encontrar o hipotético Planeta Nove, previsto para orbitar ainda além deste anão.
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