Cientistas do programa polar português já estão a trabalhar na Antártica

DR Propolar

Chegada dos Portugueses na ilha de King George a 19 de Janeiro de 2017

Chegada dos Portugueses na ilha de King George a 19 de Janeiro de 2017

O Programa Polar Português (Propolar) vai permitir este ano a deslocação à Antártida de 19 cientistas de instituições nacionais, mas também leva búlgaros, chilenos, chineses, coreanos e espanhóis, resultado da colaboração internacional.

Financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), o Propolar, que apoia projetos de investigação e a ciência polar portuguesa, tanto no Ártico, como na Antártida, organiza anualmente uma viagem de avião para transportar investigadores para o pólo.

A Campanha Antártica Portuguesa 2016-17 desenrola-se até março. Os projetos nacionais são coordenados por seis universidades e centros de investigação, abrangendo as áreas das ciências biológicas, da criosfera, do ambiente e da Terra, alguns visando estudar os efeitos das alterações climáticas.

A maior leva de investigadores partiu na semana passada e integra 122 elementos, dos quais 19 são cientistas portugueses, e faz a ligação entre Punta Arenas, no Chile, e a ilha de Rei Jorge, na Antártida.

“O nosso voo vai permitir o transporte de vários investigadores portugueses, de búlgaros, chilenos, chineses, coreanos e espanhóis”, nacionalidades que variam de ano para ano, e para a viagem de regresso já estão na lista 52 cientistas, avançou Teresa Cabrita, diretora executiva do Propolar.

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Chegada dos Portugueses na ilha de King George a 19 de Janeiro de 2017

Chegada dos Portugueses na ilha de King George a 19 de Janeiro de 2017

Várias instituições em todo o país, de laboratórios de Estado a unidades de ensino superior, têm equipas que se dedicam à investigação polar. Teresa Cabrita refere que há investigadores, por exemplo das universidades da Beira Interior, Porto, Coimbra, Aveiro, Algarve ou Évora.

O Propolar financia a deslocação dos cientistas para os polos, assim como a criação de condições de alojamento e de trabalho, contando com a colaboração de programas parceiros de outros países, havendo também investigadores portugueses que se integram em campanhas estrangeiras.

Como Portugal não possui infraestruturas na região antártica, as campanhas portuguesas são baseadas na “forte cooperação internacional” com países como Argentina, Bulgária, Brasil, Chile, China, Espanha, EUA, República da Coreia e Uruguai.

As missões podem prolongar-se por um a três meses, tempo em que os investigadores estão afastados do seu ambiente habitual, e o trabalho de campo “é bastante duro”, por isso estes cientistas têm que estar preparados para as condições difíceis em que trabalham, climatéricas, mas também de isolamento.

Esta campanha realiza-se no período de verão da Antártida, correspondente ao inverno em Portugal, quando as temperaturas variam entre zero e 10 graus negativos.

A diretora executiva do Propolar refere que, por vezes, se regista uma grande e repentina variação das condições meteorológicas, o que condiciona muito o desenvolvimento do trabalho dos cientistas.

O trabalho não se esgota na Antártida e o material recolhido é analisado em laboratórios, em Portugal ou em parceria com equipas de outros países, e só depois preparados os artigos científicos a publicar em revistas internacionais, para dar a conhecer o resultado da investigação.

// Lusa

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