O Presidente da Gâmbia, Yahya Jammeh, recusa-se a ceder o poder ao vencedor das eleições presidenciais e declarou o estado de emergência no país. Depois de mais de duas décadas no cargo, o Presidente cessante enfrenta uma eventual intervenção militar se não abandonar o poder.
A Gâmbia vive uma grave crise política depois do Presidente cessante anunciar que não reconhece os resultados das eleições presidenciais realizadas a 1 de dezembro, uma semana depois de ter felicitado Adama Barrow pela vitória no escrutínio.
Após duas décadas no poder, Yahya Jammeh, que admitiu governar o país durante um bilião de anos, recusa abandonar a Presidência da Gâmbia, apesar das pressões internacionais nesse sentido e das ameaças de intervenção militar feitas por outras nações da África ocidental.
O Parlamento da Gâmbia já aprovou o estado de emergência declarado na terça-feira pelo Presidente cessante, Yahya Jammeh, que o autoriza a ficar mais três meses no poder, segundo a moção divulgada esta quarta-feira por meios de comunicação locais.
Os 90 dias de estado de emergência, decretado esta terça-feira, começam imediatamente, anunciou esta semana a televisão estatal.
Yahya Jammeh considera que as eleições presidenciais foram afetadas por uma intervenção estrangeira que o ainda Presidente considera ser “sem precedentes”. Jammeh ordenou ao exército que invadisse a sede da comissão eleitoral e contesta os resultados eleitorais junto do Supremo Tribunal. Apesar de o tribunal ter dito que provavelmente não conseguiria analisar o caso antes de maio, Jammeh defendeu que a Gâmbia deve aguardar a decisão judicial.
Presidente eleito obrigado a tomar posse no Senegal
O presidente eleito da Gâmbia, Adama Barrow, deverá assumir esta quinta-feira o cargo numa cerimónia na embaixada gambiana no vizinho Senegal, de acordo com informações que divulgou nas redes sociais.
As contas no Facebook e no Twitter de Adama Barrow indicam que a tomada de posse ocorrerá às 16h (mesma hora em Lisboa) na embaixada da Gâmbia na capital do Senegal, Dacar.
O mandato de Jammeh expirou à meia-noite e tropas do Senegal e de outros países da África Ocidental estão posicionadas nas fronteiras da Gâmbia (um enclave no território do Senegal com acesso ao oceano Atlântico) com a intenção de forçar o presidente cessante a ceder o poder.
Yahya Jammeh chegou ao poder através de um golpe de Estado em 1994 e é acusado de graves violações dos direitos humanos, entre as quais detenções arbitrárias, tortura e assassínio de opositores no pequeno país de 1,9 milhões de habitantes.
Por causa da crise, centenas de gambianos já começaram a abandonar o país em direção ao Senegal e à Guiné-Bissau. A Nigéria já ofereceu refúgio ao Presidente cessante.
ZAP // Lusa
África no seu melhor.
Se o homem já está habituado ao palácio porque razão terá que se ir embora agora? Mais um caso à boa maneira africana!
Está explicado! O nome diz tudo. O homem sair do poder? Jámé :O