A Assembleia-Geral das Nações Unidas aprovou esta quarta-feira a criação de uma comissão para apoiar a investigação dos crimes mais graves, cometidos durante a guerra na Síria.
A iniciativa, promovida pelo Liechtenstein com o apoio de dezenas de países, recebeu 105 votos a favor, 15 contra e 52 abstenções, segundo a agência espanhola Efe.
O texto estabelece um “mecanismo internacional, imparcial e independente” para ajudar na investigação e julgamento dos responsáveis pelos crimes mais graves cometidos na Síria desde março de 2011.
Este organismo deverá cooperar com a comissão de inquérito sobre a Síria, criada em 2011, para reunir, consolidar, preservar e analisar as provas de violações das normas internacionais humanitárias e de direitos humanos.
A Assembleia-Geral da ONU encarrega a Secretaria-Geral de desenvolver, no prazo de 20 dias, os pormenores deste mecanismo, para que seja implementado rapidamente.
O texto hoje aprovado insiste na “necessidade de garantir a prestação de contas” para o que aconteceu na Síria com os processos adequados a nível nacional e internacional.
Organizações, como a Human Rights Watch, incentivaram, nos últimos dias, os Estados-Membros para apoiar a resolução e garantir a justiça para as vítimas de crimes graves cometidos na Síria.
Hoje, a Rússia e outros países como o Irão, a Venezuela, Cuba e a África do Sul mostraram-se muito críticos com a resolução, e defenderam que a Assembleia-Geral está a cometer uma ingerência nos assuntos internos da Síria.
Por seu lado, o governo sírio insistiu, sem êxito, que a votação não devia ocorrer, alegando que a Assembleia-Geral não tem poder para resolver esta questão.
// Lusa