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Marcelo espera bom senso e diálogo sobre a situação da Cova da Moura

Mário Cruz / Lusa

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O Presidente da República afirmou esta segunda-feira esperar que os problemas patrimoniais e urbanísticos da Cova da Moura sejam resolvidos com bom senso e diálogo entre a Câmara Municipal da Amadora e o Governo, sem desalojar moradores.

“Vamos ver se é possível encontrar uma solução que cubra, por um lado, o relacionamento entre a Câmara e o Governo e, por outro lado, a questão também dos processos em tribunal sobre o usucapião, quer dizer, a possibilidade de quem vive há não sei quantos anos ficar não apenas com a posse mas com a propriedade, o que é contestado pelos proprietários”, declarou.

Marcelo Rebelo de Sousa falava aos jornalistas na Cova da Moura, onde andou a pé durante cerca de duas horas, percorrendo as principais ruas e instituições do bairro, e depois almoçou no local.

O chefe de Estado defendeu que é preciso ter “a noção de que há aqui vidas que estão radicadas há muito, muito, muito tempo e que não é possível pegar nestas vidas e deslocalizá-las”.

“Vamos ver se, com bom senso, que é o mais importante, se encontra uma solução”, acrescentou.

Questionado sobre o motivo por que não incluiu esta visita na sua agenda oficial, o Presidente da República respondeu: “Não sei, gostava de saber, vou investigar quando chegar”.

Durante esta visita, Marcelo Rebelo de Sousa conviveu sobretudo com as crianças do bairro, que tem atualmente uma população estimada superior a seis mil habitantes, ouviu queixas de moradores e abordou a questão da propriedade dos terrenos.

Sobre essa questão, disse “é um problema que está em tribunal, que tem de um lado os que vivem aqui há muito tempo e invocam o facto de o tempo ter permitido usucapião, quer dizer passarem a ter a propriedade daquilo de que são possuidores, e do outro os proprietários que dizem exatamente o oposto”.

“Como compreenderão, é fundamental que essas duas realidades se conjuguem e haja bom senso”, considerou.

De acordo com o chefe de Estado, existe outro “problema de fundo”, que “é o problema do diálogo entre o Governo e a Câmara“.

“E passa realmente por esse diálogo muito da solução de problemas deste bairro: uns patrimoniais, outros ambientais, outros de planeamento ou se quiser urbanísticos”, referiu.

A presidente da Câmara Municipal da Amadora, Carla Tavares, não acompanhou esta visita, invocando razões de agenda, segundo fonte da Presidência da República.

/Lusa

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