A queda de uma arriba na praia Maria Luísa, no Algarve, no domingo, vem alertar de novo para a eventualidade de ocorrerem tragédias como a de 2009, quando morreram cinco pessoas na mesma praia. E os especialistas avisam que não é possível prever quando as arribas vão cair.
As arribas são, “por natureza, instáveis” e “podem cair a qualquer momento”, avisa o director regional da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), Sebastião Teixeira, em declarações divulgadas pela SIC.
Este elemento repara que “pode acontecer a qualquer momento uma arriba desmoronar sem aviso prévio”, como aconteceu no domingo, na praia Maria Luísa. Assim, é importante que as pessoas tenham consciência disso e que respeitem os avisos colocados próximo das arribas.
A Polícia Marítima revela, entretanto, ao Jornal de Notícias que “não passou qualquer multa na última época balnear por permanência sob arribas no Algarve”.
Isto porque “não há nenhum caso assinalado como arriba interdita na costa algarvia”, salienta no diário o responsável pela Autoridade Marítima do Sul, comandante Paulo Isabel.
Criar barreiras para evitar o acesso das pessoas às arribas potencialmente em risco é complicado, porque o mar acabaria por as destruir rapidamente.
O geólogo Ricardo Castro, director-geral da Geoalgar, acrescenta ao jornal i que “devido à erosão, estas arribas são imprevisíveis” e que “estão muito desgastadas e basta um gatilho para cederem“.
“O mar, hoje, nesta zona do Algarve, estava agitado, pode ter sido esse o último empurrão”, sustenta ainda o geólogo, sobre o incidente de domingo na praia Maria Luísa.
Na mesma praia, em 2009, morreram cinco pessoas que se encontravam na base de uma arriba que caiu.
Assim, a APA avisa que os banhistas devem evitar colocar-se sob arribas e que, idealmente, devem manter uma distância de segurança de “1,5 vezes a altura da falésia”, conforme refere o Diário de Notícias.
De acordo com dados da APA citados pelo DN, “entre Julho do ano passado e Julho deste ano houve 21 desmoronamentos de arribas no litoral do Algarve, o que é praticamente o dobro da média dos ocorridos na última década, que foi de 12″.
Um aumento significativo que a agência explica com a precipitação, verificada em Novembro de 2015, que causou inundações na zona de Albufeira.
A maioria das arribas (cerca de 80%) caem por causa da acção do mar e da chuva, enquanto nas outras (à roda de 20%) a queda se explica por atingirem o limite, conforme sustenta a APA.
ZAP
Neste país espectacular é assim. Quando a vida das pessoas está em perigo por causas naturais, a questão que se levanta é se já se multaram ou não pessoas por elas se colocarem em risco. Ninguém fala em colocar barreiras para impedir o acesso inadvertido; ninguém fala em colocar sinais de 50 em 50 metros a advertir para o perigo de vida. Não… A pessoa tem é de pagar multa por meter a sua própria vida em risco, mesmo que não tenha como adivinhar que é perigoso.
Toma lá uma multa filho… É tudo a pensar no teu bem, amor. Não queremos que te arrisques nem que te falte nada.
mas que coisa mais estranha, arribas a cair!!!!
queremos Liberdade… e depois queremos que o Estado gaste os nossos imposta a avisar que as arribas caem!!!!… que me lembre não sou pai de ninguém para andar sempre a tomar conta dos “marmanjoes” que não sabem ver/pensar que ha locais perigosos, mas provavelmente têm carta de condução…. e que portanto devem ser obrigados a conduzir com alguém ao lado para os alertar que o carro pode matar…
tenham dó os meus impostos devem ser gastos noutras coisas… como hospitais, escolas, lares para a 3ª idade com condições e pessoas preparadas, essas sim, para proteger/avisar os idosos dos perigos ….
Na realidade há algo que pode ser feito para se evitarem mortes por colapsos de arribas. A técnica é semelhante à que é feita com avalanches: é reunida uma equipa de engenheiros civis e geólogos que avaliam a estabilidade das arribas. Àquelas que apresentam um fator de segurança abaixo de um nível pré-definido são acionados meios de desmoronamento controlados, com o apoio de máquinas (escavadoras, etc). Infelizmente a Engenharia da Proteção Civil está a dar os primeiros passos, com poucos cursos a nível nacional, e apesar de termos todos os profissionais e meios disponíveis, não temos uma governação capaz e competente para acionar os melhores mecanismos de proteção…