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Motor de buscas Baidu obrigado a mudanças após morte de doente oncológico

worldbank / Flickr

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As autoridades chinesas exigiram ao motor de pesquisa Baidu, líder no país, que altere o seu modelo de gestão após um doente oncológico, que entretanto morreu, ter acusado a empresa de fornecer informação enganosa.

Wei Zexi, 21 anos, recorreu a um tratamento que se revelou ineficaz, induzido por uma pesquisa no Baidu, que colocou a imunoterapia no segundo lugar da lista de resultados.

O paciente tinha um cancro raro e encontrava-se em estado terminal.

A Administração do Ciberespaço da China e a Administração Estatal para a Indústria e Comércio concluíram que o modelo do Baidu, que permite aos anunciantes pagar por um lugar de destaque na lista de resultados, afetou a decisão do jovem.

O Baidu deve, a partir de agora, rever todos os anúncios sobre tratamentos médicos que aparecem nos seus resultados, segundo noticiou o jornal de Hong Kong South China Morning Post (SCMP).

Os anúncios que promovem instituições de saúde que não estão certificadas pelas autoridades devem ser eliminados, indica a mesma fonte.

A empresa deve também assinalar os resultados pagos, como faz a Google, líder mundial, e outros motores de pesquisa.

As novas regras preveem ainda indemnizar quem sofra perdas económicas devido a anúncios falsos difundidos através do Baidu.

O motor de busca chinês afirmou, entretanto, que cumprirá com os novos regulamentos, alterará o seu modelo e criará um fundo para indemnizações.

O tráfego pago é um modelo de publicidade na Internet em que o motor de pesquisa recebe dinheiro por cada vez que um utilizador acede aos portais que surgem em destaque.

Este esquema, que se distingue do tráfico orgânico, define a ordem unicamente através do número de visitas e é a principal fonte de receitas do Baidu, segundo a imprensa chinesa.

De acordo com um comunicado difundido anteriormente por Wei, o tratamento, uma imunoterapia, que utiliza agentes biológicos que estimulam o sistema imunitário, custou à sua família 200 mil yuan (26 mil euros).

Wei, de 21 anos, morreu a 12 de abril após ter sido submetido por quatro vezes a este tipo de tratamento que, segundo fontes citadas pelo jornal oficial China Daily, ainda é utilizado apenas em investigação médica.

ZAP / Lusa

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