As forças militares de Myanmar mataram mais de 700 civis desde o golpe de 01 de fevereiro, fazendo pelo menos 82 vítimas na sexta-feira na cidade de Bago, durante uma ofensiva contra os manifestantes.
Segundo a Associação de Assistência a Prisioneiros Políticos (AAPP), que rastreia as mortes desde o início do golpe, o número real de mortos é, provavelmente, muito maior. Os militares têm usado armas, incluindo metralhadoras e granadas, nos ataques contra os manifestantes anti-regime, avançou o New York Times, citado pela NPR.
“Os corpos [dos mortos] e os feridos foram arrastados pelas tropas”, contou uma testemunha do ataque ao Myanmar Now. De acordo com a agência Associated Press, os sobreviventes fugiram da cidade desde então, sendo este o terceiro ataque dos militares numa semana, nos quais recorrem à força extrema para tentar deter a oposição.
No início da semana, os ataques ocorreram em Kalay e Taze, duas cidades onde foram estabelecidas fortalezas contra o regime militar. Pelo menos 11 pessoas foram mortas.
Os militares assumiram em fevereiro, num golpe contra o partido Liga Nacional para a Democracia, liderado por Aung San Suu Kyi, reeleita em novembro. Oficiais militares fizeram alegações de “fraude eleitoral” generalizada, embora uma comissão eleitoral não tenha encontrado evidências que apoiassem essa alegação.
Mais de 3.000 manifestantes estão atualmente detidas em Myanmar, avançou a AAPP.