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As 7 regras de Einstein para uma vida melhor

(pd) Arthur Sasse

Albert Einstein, Prémio Nobel da Física em 1921 (adaptação da foto de Arthur Sasse)

Com várias descobertas científicas como a constante da velocidade da luz ou a Teoria da Relatividade Geral, Albert Einstein é conhecido como um dos maiores génios da humanidade. No entanto, das suas cartas e dos relatos pessoais daqueles com quem interagiu, pode também extrair-se um conjunto fascinante de regras para a vida.

Albert Einstein – conhecido como o maior físico e génio do seu tempo, e possivelmente de todos os tempos – foi muito mais do que um cientista: foi um pacifista, um ativista político, um antirracista ativo e uma das figuras mais icónicas e célebres de toda a História.

O que provavelmente não sabe é que também era um excelente conselheiro, tendo dado vários conselhos de vida a muitos dos seus amigos, conhecidos e contemporâneos.

Retiradas do livro The Einstein Effect, escrito pelo gestor oficial das redes sociais do património de Einstein Benyamin Cohen, as suas regras para uma vida melhor vão muito além da física.

Gaste esforços nas coisas que realmente interessam

Segundo o Big Think, esta é a primeira regra de Einstein e está relacionada com roupa. Bom, mais ou menos.

Einstein era um pouco desleixado no que ao aspeto físico dizia respeito, mas essa particularidade não o incomodava. Pelo contrário, está relacionada com eficiência.

Se tem muitas decisões para tomar diariamente, ou muito trabalho que exija esforço intelectual, reduzir a sua carga mental de uma forma geral é muito importante se quiser evitar a “fadiga da decisão“: a nossa capacidade de tomar boas decisões degrada-se à medida que ficamos mais cansados por termos de fazer muitas escolhas.

No fundo, optar por não se esforçar nas coisas mais supérfluas em relação ao que é realmente importante para si é uma forma de se tornar mentalmente mais eficiente. A falta de esforço de Einstein na sua apresentação pessoal tinha uma mais valia, fazendo com que a sua mente estivesse livre para se concentrar no que era verdadeiramente importante para elee.

Faça o que adora, mesmo que seja péssimo a fazê-lo

Einstein adorava velejar, mas não era muito bom nesta tarefa – perdia frequentemente o rumo, encalhava o barco ou fazia cair o mastro. Contudo, a serenidade que sentia quando navegava era inigualável, algo que lhe dava uma liberdade mental que todos nós deveríamos procurar.

Tenha um puzzle mindset

Os problemas que enfrentamos na vida – sejam eles financeiros, ambientais, políticos ou de saúde – podem ser uma verdadeira dor de cabeça, mas um puzzle mindset pode torná-los mais leves.

Einstein era o protótipo de alguém que encarava cada dificuldade que enfrentava como um puzzle a resolver, na física e não só. Com uma visão do mundo flexível em vez de rígida, Einstein desafiava facilmente pressupostos que outros não conseguiam ultrapassar, permitindo-lhe conceber ideias que outros rejeitariam à partida.

Pense profundamente sobre coisas que o fascinam

Ao longo da sua longa vida, Einstein recebeu várias cartas. Uma delas chegou à sua secretária em 1946 e questionava o que deveria fazer o remetente com a sua vida. A resposta foi tão astuta quanto compassiva.

“O principal é o seguinte. Se te deparares com uma questão que te interessa profundamente, mantém-te fiel a ela durante anos e nunca tentes contentar-te com a solução de problemas superficiais que prometem um sucesso relativamente fácil”, lê-se na missiva.

Caso não consiga chegar à solução que tem estado a perseguir, não desespere. Como Einstein escreveu ao seu amigo David Bohm: “não deves ficar deprimido com a enormidade do problema“. “Se Deus criou o mundo, a sua principal preocupação não foi certamente facilitar-nos a compreensão do mesmo.”

Não deixe que a política o encha de raiva ou desespero

Em correspondência com a prima Lina, Einstein referiu que, “no que respeita à política, é certo, ainda me irrito devidamente, mas já não bato as asas, apenas agito as penas“.

Às vezes, é importante intervir e dar tudo por tudo: aquilo a que Einstein se refere como “bater as asas”. No entanto, noutras, a melhor resposta é sentarmo-nos, observar, pensar e esperar pelo momento oportuno e estratégico para agir mais tarde.

Importa salientar que a prima de Einstein, Lina, morreu nas câmaras de gás nazis em 1942.

A obediência cega à autoridade é o maior inimigo da verdade

Quando ouvimos algo que temos certeza que é absurdo, decidimos imediata e veementemente opor-nos. Quando abandonamos as nossas faculdades de pensamento crítico porque temos a certeza de que sabemos a resposta, tendemos a simplesmente concordar com aqueles que concordam connosco e a opor-nos àqueles que defendem algo diferente.

Para Einstein, isso representava a morte da mente racional, a que chamava de “insanidade coletiva” ou “mente de rebanho”.

Alguns cientistas, incluindo o Prémio Nobel Johannes Stark, formaram uma sociedade anti-relatividade que desacreditou Einstein e a sua teoria. Alimentados pelo nacionalismo e pelo anti-semitismo, adotaram uma linha de ataque alegando que a teoria era errada e perigosa, tendo inclusive afirmado que Einstein roubou a ideia dos “reais” (não-judeus) cientistas. Foi essa ação que acabou por levar o físico a fugir da Alemanha para os Estados Unidos.

Mais tarde, Einstein acabou por concluir que “a obediência cega à autoridade é o maior inimigo da verdade”, uma lição que, atualmente, é mais importante do que nunca.

A ciência, a verdade e a educação são para todos, e não apenas para alguns privilegiados

Einstein foi muito crítico do Governo norte-americano, mesmo depois de emigrar na década de 1930 e conseguir a sua cidadania dez anos depois. Considerava a escravatura, a segregação e o racismo fundamentalmente desumanos, por serem completamente infundados.

Em 1937, o físico convidou a estrela da ópera negra Marion Anderson para ficar em sua casa quando lhe foi recusada hospedagem no hotel local em Princeton. Em 1946, tomou a atitude revolucionária de visitar a Universidade Lincoln – a primeira faculdade para negros que concede um diploma nos Estados Unidos – e de dar palestras, conversar com estudantes e responder perguntas.

Num discurso ao corpo discente, disse: “A minha viagem a esta instituição foi por uma causa que vale a pena. Há uma separação entre pessoas de cor e pessoas brancas nos Estados Unidos. Essa separação não é uma doença das pessoas de cor. É uma doença dos brancos.”

Em 1953, defendeu a liberdade académica de William Frauenglass, professor que ensinava como aliviar as tensões inter-raciais, numa carta publicada pelo The New York Times. No ano seguinte, pressionou ainda mais pelo “direito de procurar a verdade e de publicar e ensinar o que se considera verdadeiro”.

Se fosse vivo, Einstein teria certamente feito pressão para que a ciência, a verdade e a educação estivessem disponíveis para todos, já que estas não pertencem a nenhuma raça, mas sim a toda a humanidade.

ZAP //

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