Um capitão-tenente da Marinha dos Estados Unidos foi condenado a 6 anos de prisão por divulgar de dados secretos, segundo revela a agência Associated Press,
No último mês de maio, o capitão-tenente Edward C. Lin reconheceu-se culpado de tratamento negligente de informações classificadas, entrega de dados referentes à defesa nacional e não referência dos contactos que tinha realizado fora do país, mas negou as acusações de espionagem.
O militar norte-americano, que entre 2009 e 2010 fez uma comissão de serviço no porta-aviões USS Dwight Eisenhower, tinha sido inicialmente acusado por suspeitas de espionagem, mas, segundo o portal Military.com, as duas acusações de espionagem e três acusações de tentativa de espionagem foram entretanto retiradas.
Lin enfrentava inicialmente uma pena de até 36 anos de prisão.
O oficial foi pela primeira vez considerado suspeito no fim de 2014, altura em que o FBI descobriu que Lin não tinha comunicado aos seus superiores contactos que tinha mantido com militares de Taiwan e mulheres chinesas, uma das quais teria conhecido num salão de massagens no Havaí.
Lin, cidadão norte-americano de origem taiwanesa, reconheceu ter passado informações classificadas a uma cidadã norte-americana que estava a fazer lobby em Washington por um dos partidos políticos de Taiwan.
O militar norte-americano partilhou também dados secretos com uma mulher, identificada como Katherine Wu, que se fazia passar por emigrante chinesa, mas que era na realidade uma agente infiltrada do FBI. Durante o julgamento, o militar reconheceu que tinha divulgado os segredos militares “para impressionar a namorada”.
Após dois dias de julgamento e mais de 4 horas de deliberação do juíz, Lin foi expulso da Marinha e condenado a 9 anos de prisão, mas os 600 dias que o capitão-tenente já tinha estado detido foram levados em conta, e a pena foi fixada em 6 anos de prisão efectiva.
“Fico fisicamente muito abalado sempre que penso no que poderia ter acontecido por causa das coisas que revelei”, disse Lin após a divulgação da sentença.
O procurador público, capitão Michael Luken, pedia 12 anos de prisão efectiva para o militar. “Tamanha propensão para falar, isto é algo que nem sequer nos livros de espionagem se encontra”, argumentou Luken.
“Edward Lin é um risco ambulante para a segurança nacional”, acrescentou o procurador.