Israel e o Hamas encontram-se envolvidos em “fortes confrontos”, no norte da Faixa de Gaza. Os ataques de Israel a campos de refugiados, nos últimos dois dias mataram 195 pessoas. Joe Biden reivindica “uma pausa” humanitária na Guerra.
As tropas israelitas e os milicianos do grupo islamita palestiniano Hamas estão envolvidos em fortes confrontos no norte da Faixa de Gaza, que foram particularmente intensos na noite passada.
De acordo com exército israelita, os milicianos do Hamas dispararam mísseis antitanque, usaram dispositivos explosivos e lançaram granadas contra as tropas israelitas, que responderam com fogo de artilharia.
Os combates, nos quais o exército israelita afirmou que “dezenas de elementos do Hamas foram mortos”, envolveram também um helicóptero e um navio que lançaram vários mísseis contra as posições do grupo islamita.
Israel terá matado 195 refugiados
O Governo do Hamas na Faixa de Gaza disse que 195 pessoas foram mortas na sequência de bombardeamentos israelitas ocorridos na terça-feira e na quarta-feira e que atingiram o campo de refugiados de Jabaliya, o maior do enclave.
“As vítimas do primeiro e do segundo massacre de Jabaliya ultrapassam o milhar, entre mártires e feridos. Contámos 195 mártires, 120 desaparecidos sob os escombros e 777 feridos“, declarou, esta quinta-feira, o serviço de imprensa do Hamas num comunicado.
Entretanto, o Ministério da Saúde do Governo do Hamas refere que 3.600 crianças palestinianas já foram mortas nos primeiros 25 dias da guerra.
Cerca de metade dos 2,3 milhões de habitantes da Faixa de Gaza têm menos de 18 anos e as crianças representam 40% dos mortos, até ao momento.
Uma análise da Associated Press aos dados do Ministério da Saúde de Gaza, divulgados na semana passada, revelou que, até 26 de outubro, tinham sido mortas 2.001 crianças com 12 anos ou menos, incluindo 615 com três anos de idade ou menos.
Biden pede pausa humanitária
O Presidente dos Estados Unidos (EUA), Joe Biden, apelou para a necessidade de “uma pausa humanitária” na guerra entre Israel e o movimento islamita Hamas, depois ser interrompido por uma manifestante a pedir um cessar-fogo.
“Precisamos de uma pausa”, disse Joe Biden, na quarta-feira.
O Presidente dos EUA falava a uma multidão de apoiantes, em Minneapolis, sobre as motivações para se candidatar à presidência em 2020, quando foi interrompido por uma mulher: “Presidente, se está preocupado com o povo judeu, como rabina, preciso que peça um cessar-fogo“.
A presença do líder norte-americano na cidade atraiu mais de mil manifestantes, que empunhavam bandeiras palestinianas e cartazes com slogans: “Pare de bombardear crianças”, “Palestina livre”, “Cessar-fogo agora”.
“Isto é incrivelmente complicado para os israelitas e é incrivelmente complicado também para o mundo muçulmano (…) Eu apoiei uma solução de dois Estados, desde o início”, disse Biden. “O facto é que o Hamas é uma organização terrorista. Uma organização absolutamente terrorista”, salientou.
Durante a crise no Médio Oriente, que teve início a 7 de outubro com uma ofensiva do Hamas a Israel, os Estados Unidos têm afirmado que não vão ditar a forma como os israelitas levam a cabo as operações militares em resposta ao ataque do grupo islamita.
No entanto, Joe Biden tem enfrentado uma pressão crescente de grupos de defesa dos direitos humanos, de líderes mundiais e até membros do Partido Democrata, que afirmam que o bombardeamento israelita de Gaza é um castigo coletivo e é tempo de um cessar-fogo.
ZAP // Lusa