O programa não consegue responder à procura, já que há 30 mil candidaturas para apenas duas mil casas. A grande maioria das residências fica localizada nas duas áreas metropolitanas.
O Programa de Arrendamento Acessível (PAA) está a ficar muito aquém das necessidades do mercado, já que há 30 mil candidaturas para apenas duas mil habitações. A grande maioria das casas fica nas duas áreas metropolitanas, relata o Jornal de Notícias.
“Cerca de 55% localizam-se na Área Metropolitana de Lisboa e 27% no Porto. Em agosto estavam ativos cerca de 900 contratos de PAA para um universo de cerca de dois mil alojamentos e de 30 mil candidatos”, referem os dados do Ministério da Habitação.
Mais de 40% dos contratos preveem rendas entre 500 e 800 euros; e uma percentagem semelhante abrange rendas entre os 300 e os 500 euros. O Governo promete ainda uma “simplificação, para além da alteração já promovida de notificação imediata entre oferta e procura quando assentem nos mesmos critérios”.
O PAA foi criado em 2019 e está disponível no portal da habitação. Em 2018, o então Ministro do Ambiente, Matos Fernandes, prometeu 100 mil casas com rendas acessíveis na próxima década, mas até agora o impacto do programa é pequeno.
O presidente da Associação dos Inquilinos Lisbonenses, Romão Lavadinho, considera que o programa “nunca resolveu problema nenhum” devido ao número de casas “insignificante” e que deve ser incluída mais habitação pública para que o PAA possa “concorrer com os proprietários privados e reduzir a especulação insuportável”.